Assim
que chegamos os foliões não tinham chegado. Mas aos poucos...
Professor
Creyton Borges, Flor Manu namorada do professor Luis Filipe, Brenda Melo esposa
do professor Lázaro Miranda, Soraya Lopes esposa do professor Odimógenes Soares
e, agachado, eu com minha fantasia de carnaval.
Soraya
e Odimógenes.
Lílian
Sá, minha esposa, e Elina esposa do Ricardo Sousa.
Lázaro
Miranda que nos convidou para assistirmos ao desfile de bandas de “músicas” e
de “cantores” da varanda do apartamento que ficou conhecido como camarote do
IFPI, ou camarote do Lázaro.
O roqueiro
Luis Filipe tirando onda com o “som” vindo da avenida.
Por
último, o meu nada desprezível santo protetor auricular que me aliviou do
barulho sem sentido que ouvi nesses dias.
Eu vi o carnaval deste ano de duas perspectivas. Vi do lugar onde
os foliões se expressam e se alegram, ou seja, do chão, do asfalto. E vi também
de uma perspectiva acima do comum, ou seja, do alto de um prédio, no terceiro
andar. Da varanda vi o desfile de bandas de “músicas” e de “cantores” que foram
contratados para incentivar os foliões a se expressarem.
Fiz uma espécie de sobrevoou.
O que vi não foi apenas pessoas se divertindo, mas o poder, a
força que as pessoas têm para agir. Pois o ser humano é antes de tudo um ser
que necessita agir para viver. Desde aquilo que é mais básico até aquilo que
necessita socialmente.
E aí vi as pessoas dançarem de maneira incomum, se vestirem
com roupas impensáveis no cotidiano, realizarem contatos sociais e sexuais que
não se permitem já a partir de quinta-feira. Vi pessoas gritando coisas sem
sentido, pedindo coisas excêntricas. Uma demonstração espantosa de que são
capazes de fazer muito, ou quase tudo. Basta uma centelha para desencadear
tudo.
Para expressarem tudo isso acima, e muito mais, basta a
instituição do período específico para isso (o carnaval) e uma centelha para
acender o rastilho (bandas de “músicas” e “cantores”).
Tudo isso que vi mostra que as pessoas têm vontades, desejos
e ambições que são “impedidas” moralmente de concretizá-las mesmo que aí se
trate de seus aspectos psicológicos e pessoais.
Mas ali estava uma
demonstração de que querem ir além do posto, instituído porque no meio de tal
“bagunça” nada é levado a sério. É só “brincadeira, diversão e nada mais”. Mas estavam
lá as vontades desejos e ambições, latentes, pulsantes.
Vejo como atos irônicos esses “desatinos” praticados no
carnaval. Pois acredito, como já disseram grandes pensadores, que “a ironia é
capaz de fazer a verdade aparecer”. Quem não entende nada de ironia jamais perceberá
ali a ação de quem deseja muito mais do que já conseguiu. Estão brincando, mas,
às vezes até inconscientemente, estão mostrando vontades, desejos e ambições.
Eu e outras pessoas captamos as manifestações expressadas
ali. O governo federal em junho do ano passado não conseguiu captar o que as
pessoas manifestaram desde o início de forma irônica e latente. Deu no que deu.
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Tirei várias fotos no primeiro dia que fui às festas de
carnaval, foi no sábado. Este ano fui instigado por minha filha, 12 anos, e
também vários amigos me convidaram. E eu estive lá.
Eu nunca tinha visto tanta gente junta fazendo a mesma coisa.
A quantidade de pessoas brincando e se divertindo foi inédita. Pelo menos no
tipo de evento que presenciei.
Floriano é uma cidade famosa por ter um carnaval vibrante,
contagiante e praticamente sem violência. Há desacordos entre poucas pessoas,
mas onde houver muita gente junta haverá sempre discordâncias e brigas. Mas nos
casos de violência levada a seu limite não foi registrado nenhum, aliás, como
tem sido há muitos anos.
Mas uma das opiniões que mais me chamaram a atenção foi a
avaliação que fizeram do público presente aos eventos. Comentaram nas redes
sociais que os desfiles de bandas de “músicas” de carnaval (ao gosto da maioria
absoluta das pessoas ali presentes) e de “cantores” tinha levado às ruas cerca
de 20.000 pessoas.
Eu que nunca tinha visto tantas pessoas num evento como
aquele não concordo com essa estimativa. Mas também ela, estimativa, é
resultado de ressentimento, subestimação e tentativa de pautar o evento. Essa
história de achar que podem pautar a sociedade e suas instituições é de uma
arrogância e de uma prepotência que chega às raias da psicose.
Floriano é uma cidade que, segundo dados do IBGE, tem quase
60.000 habitantes. E tem em sua biografia uma história que é sempre contada a
partir de muito trabalho e festividades.
Mas vamos fazer algumas combinações do comentário sobre o
público presente aos desfiles: 20.000. Se de 60.000 apenas 20.000 foram aos
desfiles das tais bandas e “cantores”, então, nessa primeira combinação, temos
algo como 40.000 cidadãos que não gostam desse tipo de festividade e a elas não
comparecem.
É um número ressentido, subestimado porque se afirma, com
ele, que 2/3 da população não festeja o carnaval, não gosta de carnaval e não
frequenta os eventos.
E na combinação acima não inclui os turistas.
Se o ressentimento e a subestimação quiser colocar que apenas
15.000 florianenses foram às ruas e acrescentarem mais 5.000 turistas para
totalizarem a sua estimativa, estariam aí sendo mais ressentidos ainda. E é só
seguir adiante com as combinações mais prováveis e o que teremos é apenas uma
demonstração de raiva pelo sucesso do carnaval deste ano.
P. S.: Sobre os 60.000 habitantes não existe uma estimativa
séria e reconhecida de quantos, desse total, não comparecem ao carnaval por
motivos religiosos e costumes.
3 comentários:
Ou não compareceram pelo simples fato de não ter vontade como eu, mas isso não significa que eu não goste de carnaval, apenas não senti vontade de estar lá.
O que adianta termos um carnaval maravilhoso, e uma cidade completamente desorganizada. "Sem prefeito" no resto do ano ?.
Bom, tem uma maneira mais racional de se ter uma previsão mais realista. Imagine-se a área (em metro quadrado) onde as pessoas se aglomeraram e multiplique isso à quantidade de pessoas por metro quadrado. Nunca será preciso, mas dá uma boa noção de quantidade nesses casos.
Abcs,
Chico Mário
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