No final da década de 1990
o apresentador de TV Ratinho, Carlos Roberto Massa, estreou seu programa na
Rede Record com conteúdo “explosivo” para os demais programas de emissoras de
TV. Ainda no final da dessa década foi para o SBT contratado por causa da
grande audiência que conseguiu.
Pela primeira vez atuando
em cadeia nacional, ainda na TV Record, causou indignação no restante da mídia
com seu estilo característico. Falando palavrões, batendo com um cassetete na
mesa e em alguns ajudantes de palco, gritando com bandidos depois de apresentá-los
em reportagens sensacionalistas, explosivo em suas análises sobre desmandos
políticos...
Quando começou a incomodar
verdadeiramente a Rede Globo com sua audiência inconteste desabou sobre ele críticas
de vários canais do Grupo Globo e seus mais variados cúmplices de outras
mídias. Foi uma grita contra o tal jornalismo sensacionalista, pessimista e
insistentemente declaratório dos horrores do mundo chamado “mundo cão”, ou
seja, a apresentação das mazelas e misérias de pessoas que querendo ou não eram
expostas de forma crua e sem retoques.
Doenças, assassinatos, abalroamentos,
caçadas policiais... eram os motes da grade do programa. Virou, então, a partir
do incômodo da Globo com sua audiência, alvo de degradação moral porque focava
preferencialmente nas mazelas policiais, dramas sociais e querelas políticas.
Ao fazer essa denúncia, a denúncia do “pessimismo”, como a crítica o classificou,
apresentava de forma colateral as mazelas do país.
Esse aspecto incomodava
mais do que a audiência, pois todos sabiam que aquela fórmula não se
sustentaria por muito tempo devido à mesmice enfadonha. Mas enquanto estivesse
no ar o governo do PSDB era desnudado diariamente em suas políticas públicas:
educação, saúde, segurança e economia. Pois as mazelas refletiam o completo
desamparo do povo decorrente das políticas do presidente Fernando Henrique
Cardoso, vulgo FHC, do PSDB.
Este partido é a barriga
de aluguel da elite brasileira. É nesse partido que são gerados todos os
privilégios, objetivos, necessidades e controle social através do conluio
indisfarçável com a grande mídia. A grande mídia precisa do PSDB para levar ao
poder político todas as suas demandas. Para que isso ocorra se faz necessário
proteger de todas as formas o partido e seus integrantes.
Com o Ratinho denunciando
diariamente as mazelas, irresponsabilidades e perversidades da política econômica
imposta de forma indiscutível ao povo, então, se fazia necessário, antes de
qualquer preocupação com a audiência, a preocupação com a continuidade das
denúncias.
Arrasar moralmente através
de críticas ao que chamaram de “pessimismo” do apresentador era o caminho para
encobrir os malfeitos políticos e éticos do governo do PSDB. Se a audiência do
programa do Ratinho caísse isso seria a chave para a permanência no poder por
mais mandatos subsequentes.
Não deu certo. Pelo menos
naquilo o que ideologicamente se previu. A audiência do programa caiu
vertiginosamente, mas em decorrência da fórmula gasta do sensacionalismo do “mundo
cão”.
No campo político Lula foi
eleito e reeleito presidente e conseguiu eleger a sua sucessora, Dilma. Deu
tudo errado, neste aspecto, para a grande mídia (elite) e para o PSDB.
Agora a “história se
repete como farsa”. Já há algum tempo os jornais das grandes redes de TV’s e
seus cúmplices nas outras mídias divulgam o “mundo cão” não para imitar
Ratinho, mas plenificar e inculcar na cabeça do povo aquilo que o jornalista
Paulo Henrique Amorim chamou de “editoria o Brasil é uma merda” que é levada às
últimas consequências pela TV Globo diariamente desde o primeiro jornal até o
jornal da madrugada.
O Jornal Nacional (JN), principal
noticiário da rede, virou uma espécie de programa do Ratinho elitizado. Ou
seja, mais elaborado tecnicamente. São utilizados os melhores equipamentos
tecnológicos e os mais diversos apresentadores e repórteres. Mas a essência é a
mesma: Mostrar as mazelas do país não
para que sejam resolvidos, porém apenas com objetivos políticos.
Ratinho teve a chance de
mostrar o país como ele era e fazer as pessoas verem, com isso, as mazelas em
que estavam submersas. Essa era a intenção: Cobrar das autoridades políticas
efetivas para melhorar a vida da população.
A farsa que se pode
assistir desde o início do JN até mais da metade do telejornal, ao repetir a
fórmula de Ratinho, e implementar a “editoria o Brasil é uma merda” não é cobrar
politicamente que os problemas atuais sejam resolvidos, mas apenas tentar
formar uma opinião desfavorável ao atual governo federal.
Esta é a única forma da
elite (grande mídia) e o PSDB voltarem ao poder. Pelo voto não vão conseguir
tão cedo. Isto em decorrência dos efeitos altamente positivos das políticas
públicas dos dois mais recentes presidentes para a população que vivia de forma
degradante em decorrência da política econômica perversa imposta pela elite e
pelo PSDB.
A farsa denunciante do JN
tem finalidade apenas política. A elite e o PSDB não têm interesse em resolver
as demandas do povo. Nunca tiveram.
Estando no poder, a elite
busca satisfazer unicamente as suas demandas. Os pobres são excluídos ao máximo da riqueza
do país que é definitivamente amealhada covardemente por essa elite que debocha
dizendo que os pobres são gente quase como eles (ricos).
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