Aécio
Never num dia qualquer.
Aeroporto
construído por Aécio Never (quando era governador de Minas Gerais) na fazendo do tio com dinheiro público, segundo
acusação.
A grande imprensa do
Brasil está dedicando seu tempo, predominantemente, ao massacre, ou uma espécie
de holocausto, de Israel sobre a Palestina de tal forma que nos dá a impressão
que a nossa vida, diretamente, depende da instalação da paz naquela região do
Oriente Médio (ou Próximo, como preferem alguns).
A minha liberdade depende
da liberdade de todos os outros. Acredito nisso.
Mas os nossos problemas
circunstanciais, políticos, morais, legais e locais dependem mais de nossa
liberdade de informação sobre todos eles para podermos resolvê-los. E isso se
sobrepõe às questões geopolíticas, sociais, étnicas, religiosas, econômicas de
dois povos que muito pouco tem em comum conosco e geograficamente estão
situados em outro continente.
Sinto muito por pouco
poder fazer pelo povo palestino. Pois o principal aliado de Israel nessa guerra
é, hoje, a maior potência militar do planeta (EUA) que lhe fornece as mais
avançadas tecnológicas armas de guerra do mundo para lutar contra palestinos
armados com pedras, rifles, morteiros, foguetes.
Mesmo sabendo da ofensiva
dantesca e cruel que Israel empreende sobre o povo palestino para destruí-lo e
que isso deve ser posto na nossa pauta de discussão, também, acredito que
nossos problemas locais, neste momento eleitoral, se sobrepõem às questões
internacionais.
Depois de resolvê-los,
podemos voltar às pautas internacionais.
Mas a nossa imprensa está
ocupando seu tempo quase que integralmente na cobertura do conflito apenas com o
objetivo escuso, pérfido, político partidário. A nossa imprensa (e a elite
econômica) tomou partido de uma candidatura e a protege de todas as acusações
de corrupção de que é alvo.
Para esconder dos
brasileiros a discussão da construção de um aeroporto na fazenda de um tio do
candidato que a grande imprensa e os milionários apoiam incondicionalmente,
Aécio Never (PSDB), quando este era governador de Minas Gerais para beneficiar
os parentes e a si mesmo, o foco das reportagens estão sobre o massacre dos
palestinos e a queda de um avião na Ucrânia.
É um truque baixo, torpe,
manjado, mas que tem certo grau de eficiência. Brasileiros estão discutindo
muito mais sobre quem tem razão na guerra do Oriente Médio e na Ucrânia do que
sobre a acusação de corrupção do candidato da grande imprensa e dos milionários
e bilionários.
Mas nem toda a imprensa age
igual. Parte dela tem o dever de mostrar os atos de corrupção que a grande
imprensa deliberadamente esconde para beneficiar seus protegidos.
Leia abaixo texto do Jornal
GGN (clique AQUI) sobre as seis mentiras de que é acusado o candidato da grande imprensa e da
elite econômica brasileira, Aécio Never (PSDB), sobre o caso do aeroporto do
titio dele.
“NO CASO CLÁUDIO, O PILOTO
MENTIU, POR RICARDO AMARAL”
01/08/2014
Autor: Ricardo Batista
Amaral
“No artigo que publicou na
Folha de S. Paulo, o candidato tucano Aécio Neves procura reduzir o escândalo
do aeroporto de Cláudio a um “equívoco”: ter utilizado uma pista de pouso sem
saber se ela estava homologada pela ANAC.
Gasta o tempo do leitor tentando explicar a disputa judicial pelo valor
da desapropriação das terras do tio, como se isso fosse o mais relevante num
caso de patrimonialismo escancarado. De quebra, confessa que, “por escrúpulo”,
negou à população da paupérrima Montezuma o direito a uma estrada asfaltada,
mas distraidamente deixou asfaltar uma pista de pouso que serve a ele e ao
latifúndio de sua família no município. É comovente, mas voa longe da verdade.
Levando em conta a
entrevista do candidato ao Jornal Nacional, as duas notas de sua assessoria e o
artigo na Folha, o foco desse caso continua sendo:
Levando em conta a
entrevista do candidato ao Jornal Nacional, as duas notas de sua assessoria e o
artigo na Folha, o foco desse caso continua sendo: Aécio Mente.
1) Ele disse que era uma
pista de terra que foi reformada. Falso. É só ver o edital para construção e conferir
a transformação da área pelo Google Earth. Foi feita uma pista novinha, de 14
milhões, sem aproveitar necas da velha.
2) Ele disse que seu governo
fez mais de 30 aeroportos no interior. Falso. Ele fez dois: o da Zona da Mata e
o de Cláudio. E 8 reformas, de 14 anunciadas.
3) Ele disse que Cláudio é
um pólo com mais de 300 indústrias, produzindo para exportar. Falso. Claudio
tem hoje 63 fundições de ferro e alumínio. É responsável por 0,002% das
exportações do país.
4) Ele disse que a obra
foi decidida por critérios técnicos. Quais, numa cidade de 28 mil habitantes,
localizada a menos de 70 quilômetros de dois aeroportos regionais?
5) Ele disse que o
aeroporto não beneficia a família. Falso, por óbvio. O que é melhor: ter uma
fazenda perto ou distante da rodovia? Perto ou distante de um aeroporto? Com um
aeroporto dentro (a cerca só isola o aeroporto da rodovia, não da fazenda),
melhor ainda, não é? O valor da desapropriação é troco perto da valorização das
terras.
6) Ele levou onze dias
para admitir o que todos desconfiavam: usou, sim, a pista. O nome mais suave
para esse comportamento é dissimulação.
Aproveito para comentar
uma pergunta que ronda a cabeça de muita gente:
Por que a Folha publicou a
matéria do Aecioporto?
1) Porque a imprensa
brasileira vive sua maior crise de credibilidade desde o êxito da Copa.
Atolou-se na pauta da oposição e precisa mostrar alguma independência ao público
lesado. O custo-benefício da operação favorece o jornal, que não vai trocar de
candidato.
2) Porque a FSP sempre
agiu assim: eventualmente bate em um aliado, mas não abre mão de cobrir o PT
deforma sistematicamente crítica. Essa é a diferença de tratamento, disfarçada
por matérias pontuais para sustentar suposta “isenção”.
3) Porque precisa dizer ao
seu candidato (a quem considera o futuro
presidente) que a FSP não é o Estado de Minas: “Tu és nosso, mas não somos
tua”. É um chega pra lá preventivo em dona
Andréa Neves. Só quem pode mandar na Folha é o Serra, que por sinal
também deve ter sido surpreendido, pois a pauta veio de Minas.
4) Porque pretendeu fazer
uma operação cirúrgica sobre um tema explosivo. Deu manchete no impresso, mas
escondeu o caso na home do UOL, que é a verdadeira metralhadora da casa.
Manteve o assunto em pauta, mas não foi a Montezuma. O editorial ambivalente de
domingo é apenas isso: um editorial ambivalente.
O PT pode esperar por
pancadaria brava daqui em diante, mas ficou no direito de reivindicar isonomia:
o espaço que a FSP e o Jornal Nacional deram para Aécio Neves se defender é
maior do que tudo que já se deu aos petistas acusados de qualquer coisa nos
últimos tempos.”
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