Senador Aécio Neves (PSDB-MG),
deputado estadual Gustavo Perrella (Solidariedade-MG) e seu pai, senador Zezé Perrella (PSD-MG). A amizade deles vai além dos bastidores políticos. Mas uma pergunta que não quer calar incomoda muito: O que Aécio Neves está fazendo nessa história que tem cocaína no meio? (Foto da internet).
“O primo do porteiro do prédio que
fica na mesma rua em que mora o motorista de ônibus cujo itinerário passa em
frente à casa de um político do PT disse que foram os aloprados do PT que
encheram o helicóptero de cocaína para prejudicar a campanha do Aécio Never.”
Essa seria a manchete das organizações
Globo se acaso eles viessem a ter de fazer a ligação entre o senador Perrella e
Aécio Never.
Seria algo como estamos vendo no
Jornal Nacional em que o ministro da Justiça foi quase demitido pelos políticos
do PSDB porque encaminhou à Polícia Federal um conjunto de denúncias contra o
maior escândalo de corrupção do país e que já dura mais de vinte anos
patrocinado pelos tucanos com os trens de São Paulo, o famoso Trensalão.
No caso do ministro da Justiça, temos
o denunciante transformado em criminoso através de uma ética seletiva que a
grande mídia coloca em uso quando as denúncias atingem seus políticos protegidos.
Como nesse caso do helicóptero de um senador amigo de Aécio Never (PSDB) preso
com cerca de 450 kg de cocaína.
É a grande mídia tentando mais uma
vez manipular a informação e seus leitores e telespectadores. Mas a Internet
tem feito um papel fundamental no processo de esclarecimento de tudo aquilo que
é propositadamente silenciado pela grande mídia, como diz o jornalista Paulo Nogueira no texto abaixo.
"O TRATAMENTO PRIVILEGIADO DADO PELA MÍDIA A AÉCIO NO CASO DOS
PERRELLAS.
Aécio Neves é um cara de sorte.
Quer dizer, sorte sob o ângulo do tratamento que recebe da
mídia.
Ele soube cultivá-la, é certo. Roberto Civita, por exemplo,
não raro ia passar finais de semana na fazenda de Aécio, em Minas.
Pulitzer, o maior editor, disse que jornalista não tem amigo.
Isso porque amizades influenciam a maneira de um jornalista
tratar alguém ou algum assunto.
Mas Aécio tem amigos entre os jornalistas. Ou melhor: entre
os patrões dos jornalistas.
Como Churchill, ou como Serra, se quisermos ficar no Brasil,
é daqueles que falam diretamente com os donos das empresas jornalísticas.
Pode evitar intermediários, os jornalistas propriamente
ditos.
Poderosos desta natureza enfeitiçam os jornalistas das
grandes companhias. Se telefonam, eventualmente, para um jornalista, em vez de
ir direto ao patrão, o jornalista se sente desvanecido, homenageado, premiado.
Sou importante.
O jornalista premiado vai contar detalhes do telefonema a seu
círculo de amizades, provavelmente com algum enfeite que o coloque numa posição
mais elevada que a realidade.
Bem, tudo isso para explicar, a quem não conseguiu entender,
por que Aécio vem sendo tão poupado no caso do helicóptero dos Perrellas.
Foi uma apreensão extraordinária de cocaína. Não é todo dia
que a polícia apreende quase 500 quilos.
E isso se deu na ‘jurisdição’ de Aécio. Os Perrellas são
amigos e aliados políticos de Aécio.
Há fotos que mostram a imensa camaradagem entre Aécio e os
Perrelas, pai e filho. São unidos pela paixão ao Cruzeiro, do qual Perrella pai
foi presidente, fora as conveniências políticas.
A pergunta vem sendo feita por muita gente na única e real
tribuna livre jornalística nacional, a internet: e se o helicóptero fosse de um
amigo de Dirceu? E se houvesse fotos de Dirceu com os Perrellas como as que
existem de Aécio?
Como estaria se comportando o Jornal Nacional? E qual seria a
próxima capa da Veja?
Causou indignação, na internet, a ausência da apreensão
espetacular – pelo volume, pelos proprietários do helicóptero etc – no Jornal
Nacional no dia em que o assunto surgiu.
Quem conhece a vida nas redações pode imaginar o que houve.
Ali Kamel, o diretor de jornalismo da Globo, não é nenhum Pulitzer, mas cego
não é.
O JN certamente terá outros jornalistas capazes de distinguir
uma notícia que pede, suplica por 30 segundos de atenção ou mais.
Mas um telefonema ao dono pode evitar que qualquer reportagem
vá ao ar. Ou, ao menos, pode retardá-la na esperança de que o assunto morra.
Quem acredita que a não inclusão do helicóptero foi uma
decisão meramente jornalística do JN acredita em tudo, para parafrasear
Wellington.
Não se trata de incriminar, levianamente, ninguém.
Mas a amizade entre Aécio e os Perrellas é notícia, e omitir
isso ao tratar do assunto é um pecado jornalístico em que o leitor é a vítima.
Indiretamente, e por força da internet, brasileiros fora de
Minas puderam conhecer um pouco mais da política mineira.
Perrella, o pai, é acusado de não declarar uma fazenda
avaliada em 60 milhões de reais. A fazenda, apenas para efeito de comparação,
representa cerca de 80% do total do Mensalão, tal como os juízes do STF e a
mídia afirmaram.
Isto tem um nome: corrupção.
Aécio combateu a corrupção em Minas? Investigou uma história
esquisita como a de seu amigo Perrella? Há denúncias dele que envolvem até a
negociação de jogadores.
Mesmo o silêncio inexpugnável da mídia, mesmo a proteção dada
a Aécio, mesmo com tudo que se faz e fez para impedir que os brasileiros tenham
informações relevantes sobre seus líderes – mesmo com tudo isso, a sociedade
aprendeu muita coisa no episódio do helicóptero.
Graças a algo que rompeu o monopólio da voz dos Marinhos,
Frias, Civitas etc: a internet."
Autor do texto acima: Paulo Nogueira (leia no seu portal clicando AQUI).
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