Sábado passado (16.11.2013) foi realizado o Reunion Rock 5.
Foi uma demonstração do quanto é falacioso o argumento que defende a ditadura
do feio que diz que um mundo unidimensionalizado por uma estética musical de baixo nível
intelectual levaria inevitavelmente as pessoas a ter uma vida acalentada e
distraída das questões que as levam à angústia.
O Reunion Rock tem esse caráter transgressor, pois a estética
do Rock mostra dura e cruamente que há outras possibilidades para se tornar o
mundo belo sem necessariamente alienar as pessoas.
A proposta do Rock, penso assim, é feita a partir de uma
afirmação de uma estética que rivaliza com a ditadura do feio (forró, swingueira,
sertanejo... que não dá folga aos ouvidos por força da imposição dos meios de
comunicação de nossa cidade) quando separa o que a utilidade disso pode nos
reservar para o nosso bem. Ou seja, para podermos ver o mundo com um olhar que
permita suportá-lo.
O Rock, então, afeta as pessoas de forma que percebam que o
mundo pode ser visto pelo ângulo da inteligência e da beleza. Ao contrário do
que vemos por aqui quando quem possui um pouco de inteligência não vê graça no
mundo, pois a estética musical ditada e imposta enreda as pessoas em algo muito
feio.
Esse feio afeta as pessoas e não possibilita-lhes o
comprometimento com as transformações que devemos implementar em nossas vidas.
Todo ser humano necessita assumir uma atitude de ir além do que existe para que
possa se elevar e construir-se. A estética pode contribuir utilmente para isso.
Desde que seja uma estética inteligente.
Por isso gostei muito do Reunion Rock. Por isso gosto de
outra estética. Não sou de ficar parado esperando que me digam o que fazer. Não
tenho consciência de rebanho que é o fundamento da supremacia da estética do
feio.
Podemos, e devemos, utilizar a música como meio de irmos além
do que temos de forma comprometida e responsável.
Tanta gente ali ansiosamente esperava o começo do evento para
encobrirmos o barulho insuportável que torna a nossa Beira Rio num lugar frequentado,
majoritariamente, pelos adoradores da estética do feio. Quem tem bom gosto há
muito tempo deixou de frequentar aquele belo cartão postal de nossa cidade.
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