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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

O V FLORART SERÁ AMANHÃ: 29.11.2013. SERÁ IMPERDÍVEL. COMPAREÇA.



Programação completa do V Florart que acontecerá amanhã, 29.11.2013., no Clube da Agespisa.

Se você deseja participar, entre em contato com os organizadores, Cícero da Silva e José Paraguassú. Os telefones de contato estão no final da programação. 



"Programação do Florart

Dia 29/11/2013 – Clube da AGESPISA 20hs.

Bairros: Viazul, Alto da Guia, Santa Rita e Princesinha.

Entrada Franca

Música: Ariane Coutinho – Abertura musical (30’)

Poesia: Edilberto Rodrigues

Música: Ulises Rodrigues e Ramon
01 – João de Barro ( Maria Gadu)
02 – Faz Chover (Fernandinho)
03 – Tu es Maior ( David Sacer)
04 – Só dar Você ( Ulises Rodrigues)

Dança: Associação Brincantes do Folclore Nordestino
Damas da Noite

Poesia: Hebert Custodio

Teatro: Fatima Marques e Carmem Costa
Comédia – Eu Gosto e Pronto

Poesia: Inacia Maria

Música: Nonatinho – Violão Classico
- 01 -Partita BWV 997 (J.S. Bach)
- 02 -La Catedral (Agustin Barrios Mangore)
- 03-Tico-tico no Fubá (Zequinha de Abreu)
- 04-Tempo de Criança (Dilermano Reis)

Poesia: Josevan Feitosa

Música: Junior Miranda
01- Strani Amore (Laura Pausine)
02- Lasolitude (Laura Pausine)
03- Seguindo no Trem Azul ( Roupa Nova)
04- Soube que me amava (Aline Barros)

Poesia: João Raimundo Santos

Música: Ilma Vanda do Carmo Moura
01 – A Tempo (Legião Urbana)
02 – Menina Veneno ( Ritchie)
03 – Adinha o Que ( Lulu Santos)
04 – Ainda é Cedo ( Legião Urbana)
05 –Rio São Francisco ( Jorge de Altino)

Barracas com comidas típicas

Artesanato

Contatos:

Cícero da Silva – (89) 9976-4112


José Paraguassú – (89) 3522-1114/1292 Cel.9925-4882"



SE HÁ CRIME, A GRANDE MÍDIA ESCONDE SE OS ENVOLVIDOS FOREM SEUS PROTEGIDOS.



Senador Aécio Neves (PSDB-MG), deputado estadual Gustavo Perrella (Solidariedade-MG) e seu pai, senador  Zezé Perrella (PSD-MG). A amizade deles vai além dos bastidores políticos. Mas uma pergunta que não quer calar incomoda muito: O que Aécio Neves está fazendo nessa história que tem cocaína no meio? (Foto da internet).


“O primo do porteiro do prédio que fica na mesma rua em que mora o motorista de ônibus cujo itinerário passa em frente à casa de um político do PT disse que foram os aloprados do PT que encheram o helicóptero de cocaína para prejudicar a campanha do Aécio Never.”

Essa seria a manchete das organizações Globo se acaso eles viessem a ter de fazer a ligação entre o senador Perrella e Aécio Never.

Seria algo como estamos vendo no Jornal Nacional em que o ministro da Justiça foi quase demitido pelos políticos do PSDB porque encaminhou à Polícia Federal um conjunto de denúncias contra o maior escândalo de corrupção do país e que já dura mais de vinte anos patrocinado pelos tucanos com os trens de São Paulo, o famoso Trensalão.

No caso do ministro da Justiça, temos o denunciante transformado em criminoso através de uma ética seletiva que a grande mídia coloca em uso quando as denúncias atingem seus políticos protegidos. Como nesse caso do helicóptero de um senador amigo de Aécio Never (PSDB) preso com cerca de 450 kg de cocaína.

É a grande mídia tentando mais uma vez manipular a informação e seus leitores e telespectadores. Mas a Internet tem feito um papel fundamental no processo de esclarecimento de tudo aquilo que é propositadamente silenciado pela grande mídia, como diz o jornalista Paulo Nogueira no texto abaixo.



"O TRATAMENTO PRIVILEGIADO DADO PELA MÍDIA A AÉCIO NO CASO DOS PERRELLAS.

Aécio Neves é um cara de sorte.

Quer dizer, sorte sob o ângulo do tratamento que recebe da mídia.

Ele soube cultivá-la, é certo. Roberto Civita, por exemplo, não raro ia passar finais de semana na fazenda de Aécio, em Minas.

Pulitzer, o maior editor, disse que jornalista não tem amigo.

Isso porque amizades influenciam a maneira de um jornalista tratar alguém ou algum assunto.

Mas Aécio tem amigos entre os jornalistas. Ou melhor: entre os patrões dos jornalistas.

Como Churchill, ou como Serra, se quisermos ficar no Brasil, é daqueles que falam diretamente com os donos das empresas jornalísticas.

Pode evitar intermediários, os jornalistas propriamente ditos.

Poderosos desta natureza enfeitiçam os jornalistas das grandes companhias. Se telefonam, eventualmente, para um jornalista, em vez de ir direto ao patrão, o jornalista se sente desvanecido, homenageado, premiado.

Sou importante.

O jornalista premiado vai contar detalhes do telefonema a seu círculo de amizades, provavelmente com algum enfeite que o coloque numa posição mais elevada que a realidade.

Bem, tudo isso para explicar, a quem não conseguiu entender, por que Aécio vem sendo tão poupado no caso do helicóptero dos Perrellas.

Foi uma apreensão extraordinária de cocaína. Não é todo dia que a polícia apreende quase 500 quilos.

E isso se deu na ‘jurisdição’ de Aécio. Os Perrellas são amigos e aliados políticos de Aécio.

Há fotos que mostram a imensa camaradagem entre Aécio e os Perrelas, pai e filho. São unidos pela paixão ao Cruzeiro, do qual Perrella pai foi presidente, fora as conveniências políticas.

A pergunta vem sendo feita por muita gente na única e real tribuna livre jornalística nacional, a internet: e se o helicóptero fosse de um amigo de Dirceu? E se houvesse fotos de Dirceu com os Perrellas como as que existem de Aécio?

Como estaria se comportando o Jornal Nacional? E qual seria a próxima capa da Veja?

Causou indignação, na internet, a ausência da apreensão espetacular – pelo volume, pelos proprietários do helicóptero etc – no Jornal Nacional no dia em que o assunto surgiu.

Quem conhece a vida nas redações pode imaginar o que houve. Ali Kamel, o diretor de jornalismo da Globo, não é nenhum Pulitzer, mas cego não é.

O JN certamente terá outros jornalistas capazes de distinguir uma notícia que pede, suplica por 30 segundos de atenção ou mais.

Mas um telefonema ao dono pode evitar que qualquer reportagem vá ao ar. Ou, ao menos, pode retardá-la na esperança de que o assunto morra.

Quem acredita que a não inclusão do helicóptero foi uma decisão meramente jornalística do JN acredita em tudo, para parafrasear Wellington.

Não se trata de incriminar, levianamente, ninguém.

Mas a amizade entre Aécio e os Perrellas é notícia, e omitir isso ao tratar do assunto é um pecado jornalístico em que o leitor é a vítima.

Indiretamente, e por força da internet, brasileiros fora de Minas puderam conhecer um pouco mais da política mineira.

Perrella, o pai, é acusado de não declarar uma fazenda avaliada em 60 milhões de reais. A fazenda, apenas para efeito de comparação, representa cerca de 80% do total do Mensalão, tal como os juízes do STF e a mídia afirmaram.

Isto tem um nome: corrupção.

Aécio combateu a corrupção em Minas? Investigou uma história esquisita como a de seu amigo Perrella? Há denúncias dele que envolvem até a negociação de jogadores.

Mesmo o silêncio inexpugnável da mídia, mesmo a proteção dada a Aécio, mesmo com tudo que se faz e fez para impedir que os brasileiros tenham informações relevantes sobre seus líderes – mesmo com tudo isso, a sociedade aprendeu muita coisa no episódio do helicóptero.


Graças a algo que rompeu o monopólio da voz dos Marinhos, Frias, Civitas etc: a internet."

Autor do texto acima: Paulo Nogueira (leia no seu portal clicando AQUI).




terça-feira, 19 de novembro de 2013

REUNION ROCK 5: SUCESSO TOTAL.














Sábado passado (16.11.2013) foi realizado o Reunion Rock 5. Foi uma demonstração do quanto é falacioso o argumento que defende a ditadura do feio que diz que um mundo unidimensionalizado  por uma estética musical de baixo nível intelectual levaria inevitavelmente as pessoas a ter uma vida acalentada e distraída das questões que as levam à angústia. 

O Reunion Rock tem esse caráter transgressor, pois a estética do Rock mostra dura e cruamente que há outras possibilidades para se tornar o mundo belo sem necessariamente alienar as pessoas.

A proposta do Rock, penso assim, é feita a partir de uma afirmação de uma estética que rivaliza com a ditadura do feio (forró, swingueira, sertanejo... que não dá folga aos ouvidos por força da imposição dos meios de comunicação de nossa cidade) quando separa o que a utilidade disso pode nos reservar para o nosso bem. Ou seja, para podermos ver o mundo com um olhar que permita suportá-lo.

O Rock, então, afeta as pessoas de forma que percebam que o mundo pode ser visto pelo ângulo da inteligência e da beleza. Ao contrário do que vemos por aqui quando quem possui um pouco de inteligência não vê graça no mundo, pois a estética musical ditada e imposta enreda as pessoas em algo muito feio.

Esse feio afeta as pessoas e não possibilita-lhes o comprometimento com as transformações que devemos implementar em nossas vidas. Todo ser humano necessita assumir uma atitude de ir além do que existe para que possa se elevar e construir-se. A estética pode contribuir utilmente para isso. Desde que seja uma estética inteligente.

Por isso gostei muito do Reunion Rock. Por isso gosto de outra estética. Não sou de ficar parado esperando que me digam o que fazer. Não tenho consciência de rebanho que é o fundamento da supremacia da estética do feio.

Podemos, e devemos, utilizar a música como meio de irmos além do que temos de forma comprometida e responsável.

Tanta gente ali ansiosamente esperava o começo do evento para encobrirmos o barulho insuportável que torna a nossa Beira Rio num lugar frequentado, majoritariamente, pelos adoradores da estética do feio. Quem tem bom gosto há muito tempo deixou de frequentar aquele belo cartão postal de nossa cidade.

     

terça-feira, 12 de novembro de 2013

SÁBADO, 16.11.2013., SERÁ DIA DE "REUNION ROCK 5".






No próximo sábado, 16.11.2013., será realizada mais edição do Reunion Rock. Segundo a página no Facebook do evento, “O evento já esta na sua 5 ° edição, considerado um dos maiores do Sul do Piaui. Com o objetivo de divulgar as bandas de rock e metal do estado do Piaui e da nossa cidade, Floriano.”

Várias bandas se apresentarão e farão os admiradores do  Rock and Roll de toda essa região do estado se realizarem ouvindo um estilo de música consagrado no mundo todo e admirado por quem tem um gosto estético refinado, bem educado.

É dever do admirador do  Rock and Roll comparecer e prestigiar o maior evento desse estilo musical nessa região do Piauí. Somos nós que temos de ir e mostrar que a ditadura do feio, como chamo a unidimensionalidade de um estilo de música imposta aqui em Floriano, já está com seus dias contados. Tanto pelo declínio da sensação de satisfação entre seus fãs como pela falta de inovação e criatividade.

A ditadura do feio sofrerá um golpe certeiro no próximo sábado.

Sábado, no Reunion Rock, a estética que satisfaz e seduz ( a estética do  Rock and Roll) apresentará bandas da capital, Teresina, e de Floriano também.  

No RR#5 teremos a oportunidade de mostrar que a boa música tem espaço aqui e que eventos como esse tem de ser privilegiado em nossa cidade. Chega de unidimensionalidade feia e ditatorial.

Vamos lá.

Vamos deixar de curtir o  Rock and Roll escondido em casa com medo da estética do feio reprovar.

Vamos mostrar que apesar de não parecer, apesar de poucos saberem, o Rock está presente na formação cultural e estética de quem gosta de boa música.

Fique sabendo, que apesar da ditadura de músicas feias somos capazes de “nos tornar versões melhores de nós mesmos”. De ir além. 

Ficar parado no feio revela uma pobreza de espírito descomunal e uma capacidade impressionante de se adaptar cordeiramente ao que "todo mundo gosta" .

Viva o  Rock and Roll.

Viva o Reunion Rock.



quinta-feira, 7 de novembro de 2013

A MENTIRA DA GRANDE MÍDIA COMO MÉTODO DE DISPUTA ELEITORAL.




Sabe por que eu digo que a notícia que a pesquisa da FGV (Fundação Getúlio Vargas) sobre a pouquíssima credibilidade que as pessoas atestam à grande mídia é uma notícia boa?

Porque a grande mídia sempre defende os interesse de um grupelho ideológico e político que sempre viveu das benesses do estado e nunca quer abrir mão disso. Desde sempre foi assim.

Quando Jânio Quadros renunciou pensando que o povo o levaria nos braços de volta ao Palácio do Planalto e isso não aconteceu, então assumiu o cargo de presidente o seu vice, João Goulart, o Jango.

Este assumiu uma postura política e econômica contrária aos interesses da grande mídia e da classe social que ela representa.

Imediatamente começou um grande movimento de convencimento da população, através dos meios de comunicação, para fazer crer que Jango não tinha condições políticas para continuar a governar o país e que era um comunista. Termo este representante de tudo o quanto é ruim na polarização da Guerra Fria (Capitalismo / Comunismo), segundo o ponto de vista da grande mídia.

O jornal O Estadão chegou a publicar editorial afirmando que o povo estava contra Jango: “Em 12 de março de 1964, o jornal O Estado de S. Paulo anunciava em seu editorial o “aprofundamento do divórcio entre o governo da República e a opinião pública nacional”. A exemplo dos seus pares, o diário da família Mesquita conclamava para uma intervenção militar, capaz de pôr fim à ameaça comunista representada pelo governo de João Goulart.” (Clique AQUI).

Digo isso porque a grande mídia continua a fazer o mesmo papel, ou seja, derrubar, ou tentar derrubar do poder aqueles governantes que não rezam em sua cartilha ou executam as políticas de privilégios para seus pares.

O Brasil de hoje, nas páginas dos grandes jornais e nos principais canais de TV, é um país que está vivendo um caos na economia e na política. Pelo menos é o que a grande mídia quer que o povo acredite para fazer a presidente Dilma perder a sua credibilidade junto aos cidadãos e eleitores.

A grande notícia que esta pesquisa mostra é que esse velho truque de criar o caos para culpar o governo e depois derrubá-lo não vai colar mais. O povo está acordando de seu longo sonho de perspicácia e está enxergando o óbvio. O brasil está muito melhor que muitas economias do mundo tidas como desenvolvidas. Pois seus índices econômicos são melhores.

Um exemplo claro disso é o índice de emprego. No Brasil estamos vivendo aquilo o que os economistas chamam de pleno emprego, cujo percentual de desempregados no país chega a 5% da mão de obra.

Na Espanha, país que aplicou o ideário neoliberal, assim como muitas outros da Europa e o EUA, hoje a economia está em frangalhos e o índice de desemprego chega a mais de 25%.

Então não resta outra saída à grande mídia a não ser inventar factoides, mentiras e o caos para que as pessoas desistam de Dilma. Porém as pessoas estão vendo por si mesmas que a vida de todos está muito melhor agora do que era há 11 anos quando o país era (des)governado por agentes políticos da elite e da grande mídia, o PSDB em conluio com o DEM.

O caos econômico da vez é mentir que a inflação está descontrolada. Apavorando assim a população. Mas os números derrubam o argumento mentiroso da grande mídia. Os dados mais recentes do IPCA / IBGE mostram que a inflação está controlada e dentro da meta estabelecida pelo governo.

Que coisa boa. A grande mídia não tem mais credibilidade.  Ficou mais difícil inventar e mentir para ganhar as eleições.

Uma demonstração clara disso é que a pesquisa CNT/MDA divulgada hoje confirma a preferência dos eleitores por Dilma. Em todos os cenários ela apresenta o melhor desempenho e se a eleição fosse hoje ela ganharia contra todos os adversários em primeiro turno. (Clique AQUI).

Falta de credibilidade da grande mídia e reconhecimento da população às políticas sociais e econômicas da presidente Dilma é o arremate sobre o desespero daqueles que gostariam de ter de volta a política dos privilégios aos ricos, e somente a eles.

Leiam parte do resultado da pesquisa e clique AQUI para lê-la de forma mais ampla.


"Pesquisa mostra que 71% dos Brasileiros não confiam nas TVs e 62% não confiam nos jornais

A imprensa está perdendo, a cada dia, a credibilidade. A população está confiando menos na imprensa

A pesquisa da FGV também mostrou alta desconfiança em relação aos meios de comunicação: TVs não têm a confiança de 71%, mais, portanto, que a polícia, e a imprensa escrita de 62%.

Em segundo lugar nas pesquisas, a população está confiando menos na polícia, segundo dados do 7º Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgados ontem. O levantamento mostrou que 70,1% dos brasileiros ouvidos na pesquisa não confiavam na polícia no primeiro semestre de 2013, contra uma taxa de 61,5% no mesmo período do ano passado.

No primeiro semestre de 2013, a instituição da qual a população mais desconfiava eram os partidos políticos (95,1% dos brasileiros desconfiam), seguida do Congresso Nacional (81,5%). Com índice melhor que as polícias, aparecem a Igreja Católica (50,3% desconfiam) e as Forças Armadas (34,6%).

Os dados foram produzidos a partir da pesquisa índice de Confiança na Justiça Brasileira (ICJBrasil), da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo, e fazem parte do Anuário. Foram coletados junto a 3.300 brasileiros de oito estados brasileiros por semestre.

O Anuário selecionou, da pesquisa, essas cinco instituições. O índice de desconfiança de todas elas aumentou na comparação do primeiro semestre de 2012 para o mesmo período desse ano. No caso dos partidos políticos, o índice de desconfiança ficou em 1,2 ponto percentual. O do Congresso cresceu 2,6 pontos percentuais, o da Igreja Católica subiu 7,8 pontos percentuais e o das Forças Armadas, 9,9 pontos percentuais.

A pesquisa da FGV também mostrou alta desconfiança em relação aos meios de comunicação: TVs não têm a confiança de 71%, mais, portanto, que a polícia, e a imprensa escrita de 62%. Para essas duas instituições, porém, o Fórum não fez a comparação com anos anteriores, pois destacou o que considerou mais relevante para o tema da segurança." 




DESVENDANDO A FARSA DO DISCURSO MERITOCRÁTICO.



Renato Santos de Souza, professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), RS é o autor do texto a seguir. Ele faz uma desmitificação do credo da "meritocracia" e sua face reacionária na classe média brasileira.



"DESVENDANDO A ESPUMA: O ENIGMA DA CLASSE MÉDIA BRASILEIRA

A primeira vez que ouvi a Marilena Chauí bradar contra a classe média, chamá-la de fascista, violenta e ignorante, tive a reação que provavelmente a maioria teve: fiquei perplexo e tendi a rejeitar a tese quase impulsivamente. Afinal, além de pertencer a ela, aprendi a saudar a classe média. Não dá para pensar em um país menos desigual sem uma classe média forte: igualdade na miséria seria retrocesso, na riqueza seria impossível. Então, o engrossamento da classe média tem sido visto como sinal de desenvolvimento do país, de redução das desigualdades, de equilíbrio da pirâmide social, ou mais, de uma positiva mobilidade social, em que muitos têm ascendido na vida a partir da base. A classe média seria como que um ponto de convergência conveniente para uma sociedade mais igualitária. Para a esquerda, sobretudo, ela indicaria uma espécie de relação capital-trabalho com menos exploração.

Então, eu, que bebi da racionalidade desde as primeiras gotas de leite materno, como afirmou certa vez um filósofo, não comprei a tese assim, facilmente. Não sem uma razão. E a Marilena não me ofereceu esta razão. Ela identificou algo, um fenômeno, o reacionarismo da classe média brasileira, mas não desvendou o sentido do fenômeno. Descreveu “O QUE” estava acontecendo, mas não nos ofereceu o “PORQUE”. Por que logo a classe média? Não seria mais razoável afirmar que as elites é que são o “atraso de vida” do Brasil, como sempre foi dito? E mais, ela fala da classe média brasileira, não da classe média de maneira geral, não como categoria social. Então, para ela, a identificação deste fenômeno não tem uma fundamentação eminentemente filosófica ou sociológica, e sim empírica: é fruto da sua observação, sobretudo da classe média paulistana. E por que a classe média brasileira e não a classe média em geral? Estas indagações me perturbavam, e eu ficava reticente com as afirmações de dona Marilena.

Com o passar do tempo, porém, observando muitos representantes da classe média próximos de mim (coisa fácil, pois faço parte dela), bem como a postura desta mesma classe nas manifestações de junho deste ano, comecei lentamente a dar razão à filósofa. A classe média parece mesmo reacionária, talvez não toda, mas grande parte dela. Mas ainda me perguntava “por que” a classe média, e “por que” a brasileira? Havia um elo perdido neste fenômeno, algo a ser explicado, um sentido a ser desvendado.

Então adveio aquela abominável reação de grande parte da categoria médica – justamente uma categoria profissional com vocação para classe média - ao Programa Mais Médicos, e me sugeriu uma resposta. Aqueles episódios me ajudaram a desvendar a espuma. Mas não sem antes uma boa pergunta! Como pode uma categoria profissional pensar e agir assim, de forma tão unificada, num país tão plural e tão cheio de nuanças intelectuais e políticas como o nosso? Estudantes de medicina e médicos parecem exibir um padrão de pensamento e ação muito coesos e com desvios mínimos quando se trata da sua profissão, algo que não se vê em outros segmentos profissionais. Isto não pode ser explicado apenas pelo que se convencionou chamar de “corporativismo”. Afinal, outras categorias profissionais também tem potencial para o corporativismo, e não o são, ao menos não da mesma forma. Então deveria haver outra interpretação para isto.

Bem, naqueles episódios do Mais Médicos, apesar de toda a argumentação pretensamente responsável das entidades médicas buscando salvaguardar a saúde pública, o que me parecia sustentar tal coesão era uma defesa do mérito, do mérito de ser médico no Brasil. Então, este pensamento único provavelmente fora forjado pelas longas provações por que passa um estudante de medicina até se tornar um profissional: passar no vestibular mais concorrido do Brasil, fazer o curso mais longo, um dos mais difíceis, que tem mais aulas práticas e exigências de estrutura, e que está entre os mais caros do país. É um feito se formar médico no Brasil, e talvez por isto esta formação, mais do que qualquer outra, seja uma celebração do mérito. Sendo assim, supõe-se, não se pode aceitar que qualquer um que não demonstre ter tido os mesmos méritos, desfrute das mesmas prerrogativas que os profissionais formados aqui. Então, aquela reação episódica, e a meu ver descabida, da categoria médica, incompreensível até para o resto da classe média, era, na verdade, um brado pela meritocracia.

A minha resposta, então, ao enigma da classe média brasileira aqui colocado, começava a se desvelar: é que boa parte dela é reacionária porque é meritocrática; ou seja, a meritocracia está na base de sua ideologia conservadora.

Assim, boa parte da classe média é contra as cotas nas universidades, pois a etnia ou a condição social não são critérios de mérito; é contra o bolsa-família, pois ganhar dinheiro sem trabalhar além de um demérito desestimula o esforço produtivo; quer mais prisões e penas mais duras porque meritocracia também significa o contrário, pagar caro pela falta de mérito; reclama do pagamento de impostos porque o dinheiro ganho com o próprio suor não pode ser apropriado por um Governo que não produz, muito menos ser distribuído em serviços para quem não é produtivo e não gera impostos. É contra os políticos porque em uma sociedade racional, a técnica, e não a política, deveria ser a base de todas as decisões: então, deveríamos ter bons gestores e não políticos. Tudo uma questão de mérito.

Mas por que a classe média seria mais meritocrática que as outras? Bem, creio que isto tem a ver com a história das políticas públicas no Brasil. Nós nunca tivemos um verdadeiro Estado do Bem Estar Social por aqui, como o europeu, que forjou uma classe média a partir de políticas de garantias públicas. O nosso Estado no máximo oferecia oportunidades, vagas em universidades públicas no curso de medicina, por exemplo, mas o estudante tinha que enfrentar 90 candidatos por vaga para ingressar. O mesmo vale para a classe média empresarial, para os profissionais liberais, etc. Para estes, a burocracia do Estado foi sempre um empecilho, nunca uma aliada. Mesmo a classe média estatal atual, formada por funcionários públicos, é geralmente concursada, portanto, atingiu sua posição de forma meritocrática. Então, a classe média brasileira se constituiu por mérito próprio, e como não tem patrimônio ou grandes empresas para deixar de herança para que seus filhos vivam de renda ou de lucro, deixa para eles o estudo e uma boa formação profissional, para que possam fazer carreira também por méritos próprios. Acho que isto forjou o ethos meritocrático da nossa classe média.

Esta situação é bem diferente na Europa e nos EUA, por exemplo. Boa parte da classe média europeia se formou ou se sustenta das políticas de bem estar social dos seus países, estas mesmas que entraram em colapso com a atual crise econômica e tem gerado convulsões sociais em vários deles; por lá, eles vão para as ruas exatamente para defender políticas anti-meritocráticas. E a classe média americana, bem, esta convive de forma quase dramática com as ambiguidades de um país que é ao mesmo tempo das oportunidades e das incertezas; ela sabe que apenas o mérito não sustenta a sua posição, portanto, não tem muitos motivos para ser meritocrática. Se a classe média adoecer nos EUA, vai perder o seu patrimônio pagando por serviços privados de saúde pela absoluta falta de um sistema público que a suporte; se advém uma crise econômica como a de 2008, que independe do mérito individual, a classe média perde suas casas financiadas e vai dormir dentro de seus automóveis, como se via à época. Então, no mundo dos ianques, o mérito não dá segurança social alguma.

As classes brasileiras alta e baixa (os nossos ricos e pobres) também não são meritocráticas. A classe alta é patrimonialista; um filho de rico herda bens, empresas e dinheiro, não precisa fazer sua vida pelo mérito próprio, portanto, ser meritocrata seria um contrassenso; ao contrário, sua defesa tem que ser dos privilégios que o dinheiro pode comprar, do direito à propriedade privada e da livre iniciativa. Além disso, boa parte da elite brasileira tem consciência de que depende do Estado e que, em muitos casos, fez fortuna com favorecimentos estatais; então, antes de ser contra os governos e a política, e de se intitular apolítica, ela busca é forjar alianças no meio político.

Para a classe pobre o mérito nunca foi solução; ela vive travada pela falta de oportunidades, de condições ou pelo limitado potencial individual. Assim, ser meritocrata implicaria não só assumir que o seu insucesso é fruto da falta de mérito pessoal, como também relegar apenas para si a responsabilidade pela superação da sua condição. E ela sabe que não existem soluções pela via do mérito individual para as dezenas de milhões de brasileiros que vivem em condições de pobreza, e que seguramente dependem das políticas públicas para melhorar de vida. Então, nem pobres nem ricos tem razões para serem meritocratas.

A meritocracia é uma forma de justificação das posições sociais de poder com base no merecimento, normalmente calcado em valências individuais, como inteligência, habilidade e esforço. Supostamente, portanto, uma sociedade meritocrática se sustentaria na ética do merecimento, algo aceitável para os nossos padrões morais.

Aliás, tenho certeza de que todos nós educamos nossos filhos e tentamos agir no dia a dia com base na valorização do mérito. Nós valorizamos o esforço e a responsabilidade, educamos nossas crianças para serem independentes, para fazerem por merecer suas conquistas, motivamo-as para o estudo, para terem uma carreira honrosa e digna, para buscarem por méritos próprios o seu lugar na sociedade.

Então, o que há de errado com a meritocracia, como pode ela tornar alguém reacionário?

Bem, como o mérito está fundado em valências individuais, ele serve para apreciações individuais e não sociais. A menos que se pense, é claro, que uma sociedade seja apenas um agregado de pessoas. Então, uma coisa é a valorização do mérito como princípio educativo e formativo individual, e como juízo de conduta pessoal, outra bem diferente é tê-lo como plano de governo, como fundamento ético de uma organização social. Neste plano é que se situa a meritocracia, como um fundamento de organização coletiva, e aí é que ela se torna reacionária e perversa.

Vou gastar as últimas linhas deste texto para oferecer algumas razões para isto, para mostrar porquê a meritocracia é um fundamento perverso de organização social.

a) A meritocracia propõe construir uma ordem social baseada nas diferenças de predicados pessoais (habilidade, conhecimento, competência, etc.) e não em valores sociais universais (direito à vida, justiça, liberdade, solidariedade, etc.). Então, uma sociedade meritocrática pode atentar contra estes valores, ou pode obstruir o acesso de muitos a direitos fundamentais.

b) A meritocracia exacerba o individualismo e a intolerância social, supervalorizando o sucesso e estigmatizando o fracasso, bem como atribuindo exclusivamente ao indivíduo e às suas valências as responsabilidades por seus sucessos e fracassos.

c) A meritocracia esvazia o espaço público, o espaço de construção social das ordens coletivas, e tende a desprezar a atividade política, transformando-a em uma espécie de excrescência disfuncional da sociedade, uma atividade sem legitimidade para a criação destas ordens coletivas. Supondo uma sociedade isenta de jogos de interesse e de ambiguidades de valor, prevê uma ordem social que siga apenas a racionalidade técnica do merecimento e do desempenho, e não a racionalidade política das disputas, das conversações, das negociações, dos acordos, das coalisões e/ou das concertações, algo improvável em uma sociedade democrática e pluralista.

d) A meritocracia esconde, por trás de uma aparente e aceitável “ética do merecimento”, uma perversa “ética do desempenho”. Numa sociedade de condições desiguais, pautada por lógicas mercantis e formada por pessoas que tem não só características diferentes mas também condições diversas, merecimento e desempenho podem tomar rumos muito distantes. O Mário Quintana merecia estar na ABL, mas não teve desempenho para tal. O Paulo Coelho, o Sarney e o Roberto Marinho estão (ou estiveram) lá, embora muitos achem que não merecessem. O Quintana, pelo imenso valor literário que tem, não merecia ter morrido pobre nem ter tido que morar de favor em um hotel em Porto Alegre, mas quem amealhou fortuna com a literatura foi o Coelho. Um tem inegável valor literário, outro tem desempenho de mercado. O José, aquele menino nota 10 na escola que mora embaixo de uma ponte da BR 116 (tema de reportagem da ZH) merece ser médico, sua sonhada profissão, mas provavelmente não o será, pois não terá condições para isto (rezo para estar errado neste caso). Na música popular nem é preciso exemplificar, a distância entre merecimento e desempenho de mercado é abismal. Então, neste mudo em que vivemos, valor e resultado, merecimento e desempenho nem sempre caminham juntos, e talvez raramente convirjam.

Mas a meritocracia exige medidas, e o merecimento, que é um juízo de valor subjetivo, não pode ser medido; portanto, o que se mede é o desempenho supondo-se que ele seja um indicador do merecimento, o que está longe de ser. Desta forma, no mundo da meritocracia – que mais deveria se chamar “desempenhocracia” - se confunde merecimento com desempenho, com larga vantagem para este último como medida de mérito.

e) A meritocracia escamoteia as reais operações de poder. Como avaliação e desempenho são cruciais na meritocracia, pois dão acesso a certas posições de poder e a recursos, tanto os indicadores de avaliação como os meios que levam a bons desempenhos são moldados por relações de poder; e o são decisivamente. Seria ingênuo supor o contrário. Assim, os critérios de avaliação que ranqueiam os cursos de pós-graduação no país são pautados pelas correntes mais poderosas do meio acadêmico e científico; bons desempenhos no mercado literário são produzidos não só por uma boa literatura, mas por grandes investimentos em marketing; grandes sucessos no meio musical são conseguidos, dentre outras formas, “promovendo” as músicas nas rádios e em programas de televisão, e assim por diante. Os poderes econômico e político, não raras vezes, estão por trás dos critérios avaliativos e dos “bons” desempenhos.

Critérios avaliativos e medidas de desempenho são moldáveis conforme os interesses dominantes, e os interesses são a razão de ser das operações de poder; que por sua vez, são a matéria prima de toda a atividade política. Então, por trás da cortina de fumaça da meritocracia repousa toda a estrutura de poder da sociedade.

Até aí tudo bem, isso ocorre na maioria dos sistemas políticos, econômicos e sociais. O problema é que, sob o manto da suposta “objetividade” dos critérios de avaliação e desempenho, a meritocracia esconde estas relações de poder, sugerindo uma sociedade tecnicamente organizada e isenta da ingerência política. Nada mais ilusório e nada mais perigoso, pois a pior política é aquela que despolitiza, e o pior poder, o mais difícil de enfrentar e de combater, é aquele que nega a si mesmo, que se oculta para não ser visto.

e) A meritocracia é a única ideologia que institui a desigualdade social com fundamentos “racionais”, e legitima pela razão toda a forma de dominação (talvez a mais insidiosa forma de legitimação da modernidade). A dominação e o poder ganham roupagens racionais, fundamentos científicos e bases de conhecimento, o que dá a eles uma aparente naturalidade e inquestionabilidade: é como se dominados e dominadores concordassem racionalmente sobre os termos da dominação.

f) A meritocracia substitui a racionalidade baseada nos valores, nos fins, pela racionalidade instrumental, baseada na adequação dos meios aos resultados esperados. Para a meritocracia não vale a pena ser o Quintana, não é racional, embora seus poemas fossem a própria exacerbação de si, de sua substância, de seus valores artísticos. Vale mais a pena ser o Paulo Coelho, a E.L. James, e fazer uma literatura calibrada para vender. Da mesma forma, muitos pais acham mais racional escolher a escola dos seus filhos não pelos fundamentos de conhecimento e valores que ela contém, mas pelo índice de aprovação no vestibular que ela apresenta. Estudantes geralmente não estudam para aprender, estudam para passar em provas. Cursos de pós-graduação e professores universitários não produzem conhecimentos e publicam artigos e livros para fazerem a diferença no mundo, para terem um significado na pesquisa e na vida intelectual do país, mas sim para engrossarem o seu Lattes e para ficarem bem ranqueados na CAPES e no CNPq.

A meritocracia exige uma complexa rede de avaliações objetivas para distribuir e justificar as pessoas nas diferentes posições de autoridade e poder na sociedade, e estas avaliações funcionam como guiões para as decisões e ações humanas. Assim, em uma sociedade meritocrática, a racionalidade dirige a ação para a escolha dos meios necessários para se ter um bom desempenho nestes processos avaliativos, ao invés de dirigi-la para valores, princípios ou convicções pessoais e sociais.

g) Por fim, a meritocracia dilui toda a subjetividade e complexidade humana na ilusória e reducionista objetividade dos resultados e do desempenho. O verso “cada um de nós é um universo” do Raul Seixas – pérola da concepção subjetiva e complexa do humano - é uma verdadeira aberração para a meritocracia: para ela, cada um de nós é apenas um ponto em uma escala de valor, e a posição e o valor que cada um ocupa nesta escala depende de processos objetivos de avaliação. A posição e o valor de uma obra literária se mede pelo número de exemplares vendidos, de um aluno pela nota na prova, de uma escola pelo ranking no Ideb, de uma pessoa pelo sucesso profissional, pelo contracheque, de um curso de pós-graduação pela nota da CAPES, e assim por diante. Embora a natureza humana seja subjetiva e complexa e suas interações sociais sejam intersubjetivas, na meritocracia não há espaço para a subjetividade nem para a complexidade e, sendo assim, lamentavelmente, há muito pouco espaço para o próprio ser humano. Desta forma, a meritocracia destrói o espaço do humano na sociedade.

Enfim, a meritocracia é um dos fundamentos de ordenamento social mais reacionários que existe, com potencial para produzir verdadeiros abismos sociais e humanos. Assim, embora eu tenda a concordar com a tese da Marilena Chauí sobre a classe média brasileira, proponho aqui uma troca de alvo. Bradar contra a classe média, além de antipático pode parecer inútil, pois ninguém abandona a sua condição social apenas para escapar ao seu estereótipo. Não se muda a posição política de alguém atacando a sua condição de classe, e sim os conceitos que fundamentam a sua ideologia.

Então, prefiro combater conceitos, neste caso, provavelmente o conceito mais arraigado na classe média brasileira, e que a faz ser o que é: a meritocracia. "

Autor do texto: Renato Santos de Souza (UFSM/RS)