Na semana passada o Portal
AZ publicou um texto do ex-prefeito e ex-deputado estadual pelo PMDB, BRUNO DOS
SANTOS (clique AQUI), sobre a esdrúxula intervenção do diretório estadual
dissolvendo o diretório municipal do partido. No texto, BRUNO DOS SANTOS
demonstra o quanto irritados estão os membros do partido aqui em Floriano. Não
aceitam a intervenção e defendem a autonomia do diretório municipal em decidir
se o partido terá candidato próprio ou apoiará um candidato de outro partido
nas eleições deste ano.
Lendo o texto citado acima
podemos ir além do que está escrito e propor algumas reflexões que decorrem
inevitavelmente desse ato de intromissão de competências. Não foi a primeira
tentativa do diretório estadual, conforme me relatou um graduado político
florianense, em dissolver diretórios municipais. Já houve quatro tentativas de
fazer o mesmo em outros municípios e todas elas foram devidamente reparadas
pela Justiça.
O presidente do diretório
de Floriano irá a Teresina apelar junto ao conselho de ética do partido pela manutenção
do atual diretório. Se não obtiver sucesso irá à Justiça para que o diretório
de Floriano tenha a sua autonomia preservada das querelas impositivas que estão
querendo pespegar no povo florianense. Estão querendo praticar a velha política
foie gras. Ou seja, empurrar goela abaixo um nome para que seja nutrido pelo
diretório.
Um nome, diga-se de
passagem, que nada tem a ver com a história da cidade, com as necessidades da
cidade, com os problemas da cidade, com os objetivos da cidade. Um nome que já
se provou em explícita decadência política no estado, conforme demonstrou BRUNO
DOS SANTOS. Um nome que até outro dia estava em cima dos palanques e trios
elétricos do prefeito fazendo louvação à sua capenga administração. Um nome que ao ser imposto contra a vontade do
partido em Floriano gerou uma situação inusitada.
Há duas grandes correntes
ideológicas no diretório municipal. A corrente liderada por BRUNO DOS SANTOS e
a corrente que tem à frente, também, um dos fundadores do partido, GILBERTO
GUERRA.
Nenhum dos filiados que se
identificam com essas duas correntes, que são absolutamente majoritárias,
seguem alguma orientação que não reflita as decisões dos dois grupos. Talvez
exista algum que tente defender a candidatura imposta, mas ninguém sabe ainda
os motivos para isso. Talvez o texto de BRUNO DOS SANTOS dê alguma dica para
esse esclarecimento.
No mais, não há ninguém
que apóie esse pré-candidato estrangeiro. Quem irá fazer campanha com ele no
partido e no palanque? É candidato do eu sozinho? A quem interessa essa
situação? A quem interessa a divisão dos votos na próxima eleição?
Como disse BRUNO DOS
SANTOS, o presidente do diretório estadual do PMDB irá apoiar e fazer campanha
para o candidato do prefeito, que aqui em Floriano é do PTB. Atende a que reais
propósitos essa intervenção para poder lançar um candidato que será apenas para
tentar dividir os votos? Fica incompreensível do ponto de vista da coerência
alegada pelo diretório estadual do PMDB – motivo alegado para intervenção e
dissolução – uma candidatura que é para ser, mas que não serve aos objetivos do
partido?
Então, no frigir dos ovos,
vejo a coisa dessa forma: nas eleições municipais das duas últimas décadas quem
esteve no poder sempre manteve um percentual que variou muito pouco entre 27% e
32% dos votos. O atual prefeito mantém esse índice para tentar eleger seu
sucessor.
Se a oposição se dividir e
lançar inúmeros candidatos, então será melhor para o grupo do prefeito que tendo
o seu percentual garantido - não em virtude de alguma qualidade sua ou de sua
administração, mas do uso do aparato político e eleitoral de quem está no poder
direcionado para seu candidato - procurará, de todas as formas, dividir os
votos da maioria dos eleitores, que votarão certamente com a oposição. Se o
candidato imposto não quer fazer parte da oposição unida para derrotar o
candidato do prefeito, desse modo, ele vai cumprir o papel que lhe cabe nessa
eleição.
Mas gosto de remar contra
a maré e, com isso, antevejo, como resultado desse imbróglio todo, uma situação
curiosa na disputa dessa eleição. Para valer mesmo teremos apenas dois
candidatos. Um candidato da oposição e o candidato do pior prefeito da história
de Floriano. Como isso é possível?
O presidente do diretório
municipal do PMDB, CÉSAR PEDROSA, vai recorrer à Justiça, como disse acima, para revogar a
intervenção estadual, então o candidato imposto terá a sua pretendida
candidatura questionada na Justiça. Será, desse jeito, um candidato sub judice.
E como já ocorreu com outras quatro tentativas de intervenções, a Justiça deu
ganho de causa aos diretórios municipais. No final, a pré-candidatura imposta
não terá a sua validade confirmada. A depender da coerência da Justiça.
Outro pretenso
pré-candidato, que seria oportunistamente contra o candidato do prefeito mais
incompetente que essa cidade já teve, foi notificado pela promotoria de justiça
em decorrência de indícios de propaganda eleitoral antecipada. Inclusive
poderá, assim, ser processado.
Diante desse cenário
previsível só resta ao prefeito mais vaiado da história de Floriano recorrer a
mais um artifício para tentar dividir os votos dos eleitores que em esmagadora
maioria (70%) avaliam a sua administração como regular e ruim, ou seja,
medíocre, segundo última pesquisa do Instituto Data AZ.
P. S.: Para entender
melhor tudo o que foi dito acima seria o ideal uma leitura do texto citado de
BRUNO DOS SANTOS que faz revelações escabrosas, horríveis, condenáveis daquilo
que, segundo o autor, seriam as práticas políticas do suposto candidato do
presidente do diretório estadual do PMDB, e outro texto explicativo do
jornalista JALINSON RODRIGUES (clique AQUI) sobre o mesmo tema.
Um comentário:
Mais aí é que tá... Essa tem sido uma prática comum aqui no Piauí. É só lembrar da dissolução do PSB-Floriano pelo entao candidato a governador, renegando toda uma história de luta e conquistas do partido para a cidade, encabeçada por Gilmar Duarte. As manobras sempre acontecem pra favorecer um ou outro. É uma pena, antidemocrático, sujo, mas é assim. To pagando pra ver essa tua projeção Jair. To achando mais fácil acontecer um racha nos votos da oposição, privilegiando a situação. Do fundo do coração, espero que não, mas o cenário parece estar se moldando pra isso.
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