Participantes do programa em dia de
animada festa em foto da Internet. Exposição de seus costume sexuais que vieram de fora.
Muita pessoas dizem que não assistem ao BBB porque o programa
tem como objetivo difundir comportamentos inconiventes e imorais. Práticas tais
como o homossexualismo masculino e feminino, desavenças, brigas por ciúmes e
por coisas banais, amor livre, sexo sem segurança, sexo promíscuo, egoísmo
exagerado, competição desenfreada, mentiras e “otras cositas más”.
Essa postura vem a casar com aqueles que desejam que seus
valores morais sejam o padrão social e não aceitam outros valores e nem mesmo
que os seus sejam questionados. Quem pensa assim imagina e crer que seus
valores são os corretos, os mais adequados e devem ser conservados contra novas
posturas sexuais e morais.
Não assisto ao BBB por um motivo bem distinto, não há nada o
que aprender ali. Não há viva alma que tenha algum conteúdo a ser divulgado
proveitosamente. Não há comportamento sexual ou moral novo e interessante a
aprender.
Tudo o que se faz ali não é resultado de um roteiro que
prévia e diabolicamente foi construído para destruir a moral constituída. As
pessoas fazem e dizem aquilo que já aprenderam na vida a fazer fora dali.
O que se confronta e provoca até a ira nos conservadores que
pregam a retirada do programa do ar é que a escolha de pessoas com um perfil de
comportamento e de uma moral muito semelhantes entre si que foram postos juntos
para se degradarem vão além do que se deseja para quem assiste e reclama.
Não vejo como sendo um roteiro para ser destruir a moral e
pregar os comportamentos corretos, na visão da Rede de TV. Vejo como uma
possibilidade de crítica pela sociedade a esses comportamentos morais e sexuais
no sentido de perguntar em que isso pode nos ser útil. Para que serve e para
onde nos levará essa conduta. Como tais práticas possibilitarão nos tornar
“versões melhores de nós mesmos”.
Do ponto de vista econômico, como a nossa sociedade pode
aproveitar para enriquecer mais ainda? Como essas práticas podem moldar um novo
comportamento no consumidor? Têm esse objetivo?
Do ponto de vista social, como essas práticas podem nos levar
a questionar os valores existentes que não nos servem mais e os que não nos
levariam a um lugar mais digno? Como as relações sociais e os conflitos podem
ser mais bem equacionados para que os velhos problemas possam ser, enfim,
resolvidos? Como essas práticas podem moldar o comportamento adequado para uma
vida mais adequada aos princípios da sociedade neoliberal?
Do ponto de vista cultural, em que sentido a divulgação de
tanta burrice, alienação e desinformação podem nos fazer ver que nossa
sociedade precisar combater duramente esses problemas culturais? Será que
deveríamos assistir aquilo para constatarmos que a nossa educação necessita
melhorar muito a formação de nossos jovens?
Não assisto ao programa porque não busco as causas desses
problemas naquele tipo de divulgação. Outras fontes são mais completas, sérias
e profundas na demonstração daquilo que necessitamos. Mas não descarto que
muita gente possa se confrontar com tais problemas através desse programa.
Desde que o assista nessa perspectiva.
Os moralistas conservadores, religiosos ou não, deveriam
aprender com o programa e perceberem que apenas o desejo e a vontade, muitas
vezes violentas, de querer conservar seus valores apenas falando deles
ocasionalmente não está formando corretamente as novas gerações.
Que deveriam perceber o quanto estão fracassando na
empreitada da divulgação de seus valores marais porque o que está sendo
mostrado ali de forma acintosa, debochada e escrachada é um retrato do
fracasso. É uma demonstração de que as novas gerações não estão aceitando ou
aprendendo como deveriam ser, de acordo com os valores dos conservadores, o
correto comportamento moral e práticas sexuais.
P.S.: Pode-se objetar que a TV é um meio de moldar
comportamentos. Sim! É claro. Pode-se também dizer que a TV Globo ganha muito dinheiro
expondo a miséria alheia após a ingestão de bebidas alcoólicas. É correto
também. Mas tudo isso faz parte da exposição daquilo em que as pessoas se transformaram
ao longo da vida.