Dia 24.10.2013., quinta-feira passada, o Ibope confirmou a
tendência de recuperação das intenções de votos pela reeleição da presidente
Dilma Rousseff.
Depois de ter sofrido junto a todos os políticos com mandato
no país uma queda tanto na avaliação do governo quanto nas intenções de votos
em decorrência das manifestações de junho passado, a presidente Dilma voltou,
nos últimos três meses, a ganhar a luta momentânea da eleição do próximo ano.
Na pesquisa citada, Dilma aparece com 41% das intenções de
voto. E se a eleição fosse hoje venceria todos os adversários JUNTOS. Seria
reeleita em primeiro turno. E não importa a combinação que se fizer entre os prováveis
candidatos de oposição.
Este cenário de hoje reflete como a população tem avaliado a
sua vida e a vida do país tanto econômica, social e culturalmente. E ao
contrário do que a oposição tem divulgado, as coisas vão bem dentro de um
cenário econômico mundial desolador.
Tudo isso poderia levar as pessoas a suporem que tudo está
maravilhoso para o lado de Dilma.
Não é isso o que se vê.
Arrisco-me a dizer que ninguém pode se deixar contaminar por
algum tipo de entusiasmo precoce, pois ainda falta quase um ano para as
eleições e muita coisa poderá acontecer, sim. Mas também, até lá, pouca coisa
pode mudar nesses números. Há de haver sensatez nas comemorações da reconquista
das intenções de votos.
Mesmo com seu bom desempenho no governo e a reconquista de
seus eleitores Dilma tem, paradoxalmente, conquistado ao mesmo tempo adversário
que vou reunir em dois grupos (1º e 2º). Eles são distintos na constituição, entretanto
homogêneos nas finalidades.
O 1º grupo é o ideológico. É aquele composto de políticos que
sempre foram de oposição e agora fortalecido por aqueles que saíram
recentemente da base aliada do governo.
Uma característica que os distingue, mas não os torna
antagônicos, é que os membros permanentes são opositores por ideológica e os
membros que se juntaram agora são oportunistas, pura e simplesmente.
Outro aspecto que acrescento a esse grupo e que justifica o
fato de ser numericamente pequeno e mesmo assim ter mais voz que todos os
aliados de Dilma juntos é que tem uma aliança orgânica com os mais influentes
meios de comunicação do país.
Os membros desse grupo formam a elite econômica do país
apoiados por parte de certos líderes políticos. Sendo assim, classifico esse
grupo como sendo “oposição-meios de comunicação”. Juntos formam um grupelho
muito barulhento.
Um exemplo mais eloquente no momento é a forma como a grande
imprensa antecipou como seria o leilão de Libra. Uma empresa americana
abandonou o leilão e por isso ele seria um fracasso. Mas erraram feio. O leilão
foi um sucesso.
O leilão do poço de petróleo do pré-sal chamado Libra trouxe
mais uma vitória no campo econômico e político para o país e os dividendos
eleitorais para a presidente. A oposição, incluídos aí os grandes jornais, as
principais redes de TV e as grandes revistas do país, estão sem saber mais o
que fazer para vencer as eleições.
Já tentaram de tudo. Já mentiram, falsearam e alarmaram, mas
a farsa não tem sido aceita pelos eleitores que formam a maior parte do
contingente dos trabalhadores do Brasil.
Estes não podem ser classificados como descolados da
realidade posto que estão tendo as suas vidas transformadas. Qualquer um nestas
condições pode perceber o que acontece consigo próprio e com os seus. Não é
preciso ser um estudioso para destacar essa mudança de vida.
A grande mídia está desesperada, pois seus candidatos não
emplacam no gosto do eleitor, pois nenhum deles, candidatos, foi capaz de
convencer esse eleitor do contrário. E agora a grande mídia, encolerizada, adicionou
mais um elemento de ataque ao governo, o catastrofismo.
O IBGE divulgou dados mostrando que o número de empregos em
setembro variou apenas 0,1% para menos em relação a agosto e, também, que desde
2002 os números referentes ao mês de setembro nunca foram tão bons.
No entanto, o jornal o Globo de quinta-feira disse em
manchete que “Taxa
de desemprego sobe para 5,4%”. Em agosto a taxa foi de 5,3%.
Ora, a
variação para menos de 0,1% dentro de um cenário ininterrupto de crescimento
dos números de empregos desde 2003 é quase desprezível visto que estamos
vivendo na economia aquele momento que os economistas chamam de pleno emprego.
Ou seja, para trabalhadores preparados há emprego para todos.
É catastrofismo
abjeto o que vem sendo utilizado de forma continuada para atacar o governo.
Porém a mesma cólera de ataque não é utilizada para denunciar os políticos
aliados, a barriga de aluguel da elite, o PSDB. Escolhido para gerar o pior
modelo econômico para os trabalhadores, o neoliberalismo.
As
denúncias de formação de quadrilha, que alguns órgãos da grande mídia chamam de
cartel, na construção das linhas de metrô em São Paulo são deliberadamente
escondidas.
É o
chamado Trensalão, que só por causa das denúncias às autoridades brasileiras
feitas pela Justiça da Suíça é que raríssimas
matérias na grande mídia têm sido alvo de comentários bem zelosos. Como ela sempre
faz com seus aliados e cúmplices, pois “não se abandona um amigo ferido na
beira da estrada”. Se não fosse a revista Isto É as denúncias estariam
restritas aos anais da Justiça. (Clique AQUI, AQUI e AQUI).
De todo
modo, a realidade se confronta com os catastrofistas diariamente. Eles estavam
ansiosos para que não houvesse pretendentes no leilão de Libra. Como perderam a
aposta agora dizem que as regras irão mudar.
Mas a
presidente Dilma reagiu duro pedindo que as fontes anônimas dos jornalões, que
eles criam para justificar o seu catastrofismo, aparecessem.
Os
jornalões disseram que fontes do Planalto afirmaram que novas regras estavam
sendo estudadas. Elas, as tais fontes
anônimas, simplesmente não existem. São eles mesmos criando o terrorismo para o
governo sair perdendo e não interessa se o país vai perder também com essa
irresponsabilidade.
Pois se
as regras mudarem gerará uma incerteza e consequente fuga dos investidores. É
isso o que eles querem. O fracasso do governo.
O que a
oposição não suporta é que o Brasil não esteja seguindo as regras do FMI. Aquele
receituário neoliberal que levou a Europa e os EUA a uma das piores crises do
capitalismo, a crise de 2008.
Foram
essas mesmas regras que levaram nosso país a falir TRÊS vezes durante o
(des)governo de Fernando Henrique Cardoso, 1995-2002, do PSDB, o presidente com
os piores índices de aprovação da recente história da república.
O ódio da
oposição, e estou falando da oposição que sabe porque é oposição, não me refiro
à oposição bobo-útil, é esse desalinhamento com o receituário pretensamente
universal de um modelo de economia que visa beneficiar apenas a elite em
detrimento da miséria da maioria absoluta dos trabalhadores.
O governo
espanhol enveredou o país no receituário do FMI e o afundou numa das maiores crises
das últimas décadas. Resultado atual, 26% dos trabalhadores estão
desempregados, abandonados, sem casa, sem comida. Algo deprimente para um país
que até pouco tempo se orgulhava de sua riqueza.
26% dos
trabalhadores estão desempregados e sofrendo as consequências do desemprego na
Espanha. O jornal o Globo faz uma manchete porque o índice de desemprego do mês
de setembro foi maior que o de agosto em torno de 0,1% no Brasil. Isso é
catastrofismo, é terrorismo.
Estamos
vivendo o pleno emprego. Forçosamente até os economistas do próprio FMI tiveram
de admitir que o Brasil foi o país que mais gerou empregos no mundo durante a
crise. E desde 2003 até hoje já foram criados cerca de 20 MILHÕES de empregos
com carteira assinada.
As
consequências da política econômica cujo alvo central é a maioria do povo
brasileiro posta em prática a partir de 2003 divide a riqueza do país, inclusive a do
petróleo, entre todos os brasileiros.
A
oposição não aceita isso porque vivemos num tipo de sociedade (capitalista) criado
pela burguesia e entende que é a elite que deve tomar de conta dos rumos do
país e aplicar o seu modelo específico de economia. O mesmo que concentra quase
toda a riqueza nas mãos daqueles que formam os 10% mais ricos do país, o modelo
neoliberal.
Os trabalhadores
são vassalos, apenas. E assim devem permanecer, no modelo de economia da elite.
Ressalte-se
que nem Dilma, nem eu e nem ninguém minimamente bem escolarizado defende uma
revolução social, política e econômica nos dias de hoje. Eu, particularmente
assumo a postura ideológica descrita por Richard Rorty como “liberal de
esquerda”.
O governo
de Dilma Rousseff vai continuar alvo do catastrofismo ininterrupto da “oposição-meios
de comunicação” até as eleições do próximo ano quando a maioria dos trabalhadores
irá dizer que quer a continuidade do atual modelo econômico. Assim espero.
Uma vez
que a maioria deles percebeu que a vida mudou muito nesses últimos dez anos. Só
mesmo um completo alienado ou um execrável mal intencionado é capaz de
negar.
Mas estes,
os execráveis mal intencionados, não fazem parte dos 10%, da elite. Apenas
formam o 2º grupo. São apenas alguns que têm um nível de renda e consumo acima
da maioria dos trabalhadores e estão com seus interesses particulares impedidos
de se sobreporem aos da maioria.
Note-se
que eu não os incorporei ao grupo da elite. E não o fiz porque não são ricos.
São apenas classe média, remediados. Não são ricos e nem são pobres. Não têm a
riqueza dos burgueses e nem a pobreza da maioria dos trabalhadores, são os
pequeno-burgueses.
Entretanto
são eles que se juntarão à oposição e aos meios de comunicação e levarão
adiante o plano da pregação do catastrofismo (terrorismo) até o ano que vem. Seja
na grande mídia, como já faz o 1º grupo, seja nas redes sociais, o único reduto
disponível para os elementos do 2º grupo.
Vão
tentar destruir o Brasil com palavras, com falsas palavras.
E do
outro lado o país continuará com suas estruturas econômicas, sociais e culturais
firmes e atendendo prioritariamente aos interesses e necessidades da maioria do
povo brasileiro.
Deixa os
egoístas, interesseiros, preconceituosos e os mal escolarizados estrebucharem
até o ano que vem.