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quinta-feira, 9 de abril de 2015

DIPLOMA DE JORNALISMO, EU DEFENDO.





Li ontem que o senado aprovou a exigência do diploma de jornalismo para quem quer exercer a profissão.

Vi gente falar muita besteira. Gente dizendo que com isso aqueles que não possuem o diploma serão impedidos de escrever em jornais, sites, trabalhar em rádios... Mentira.

A exigência é para quem vai trabalhar como jornalista numa empresa de comunicação. Para quem escreve expressando seus conhecimentos e opiniões nos meios de comunicações terão garantida a participação como colaboradores.

Há médicos, contabilistas, economistas, engenheiros, advogados, arquitetos que escrevem muito bem sobre os mais diversos temas. E têm as suas participações e opiniões respeitadas pelo grau de conhecimento que expressam sobre os temas abordados.

E não vejo como proibi-los de se manifestarem porque não têm diploma de jornalista. Devem tem suas opiniões resguardadas, garantidas na lei como colaboradores do exercício da liberdade de expressão.

No entanto não vejo nenhum jornalista prescrevendo receitas médicas, assinando balanços de empresas, fazendo, como economistas, previsões econômicas para empresas, fazendo plantas de casas e prédios, defendendo clientes em causas penais nos tribunais ou fazendo e assinando projetos arquitetônicos.

Todas as profissões acima citadas, e outras mais também, possuem conselhos exclusivos na vigilância e garantia do exercício legal das profissões por aqueles que são academicamente preparados intelectual, moral e tecnicamente para exercê-las.

Todas essas funções são exclusivas dos profissionais acima citados, respectivamente, e são resguardadas, por lei, para quem tem diploma. Por isso não vejo como se exercer a função de jornalista sem ter sido formado e preparado academicamente para o exercício da função.

Pode ser que muitos o façam já há muito tempo. E há muitos. A lei garantirá que os que já estão trabalhando se mantenham como “jornalistas” até se aposentarem ou desistirem de exercê-la.
E sobre estes, que exercem a função sem uma qualificação específica e intelectual resultam, na maioria das vezes, em péssimos profissionais. Terminam apenas reproduzindo a opinião dos donos dos meios de comunicações sem poder fazer análises criteriosas e autônomas. E, nesse aspecto, me recordo de Mino Carta quando disse que “jornalistas são piores que os patrões”.

Por isso vejo com bastante desdém as críticas à nova lei.

A partir do momento que a lei for sancionada, e entrar em vigor, as empresas só poderão contratar para seus quadros funcionais, como jornalistas, aqueles que se profissionalizarem. Nada mais justo, pois os conselhos profissionais existentes não permitem que profissionais de outras áreas façam aquilo que é de exclusividade legal das suas profissões.



P. S. 1: Muitos “donos” de empresas de comunicações estão julgando duramente a proposta de lei porque não desejam contratar os profissionais qualificados. É mais barato contratar alguém sem formação e sem qualificação. 

P. S. 2: Para ler sobre o tema e sobre aspectos da lei clique AQUI.




quarta-feira, 8 de abril de 2015

BARRAGEM DE BOA ESPERANÇA ESTÁ COM 70,79% DE VOLUME DE ÁGUA.





Considerando-se que o Ciclo do Período Úmido 2014/2015 faz-se presente na Bacia do Rio Parnaíba é que apresentamos a Vossas Senhorias, a seguir, informações sobre o processo de gestão hídrica do Reservatório da Usina Boa Esperança, devidamente atualizadas às 12:00 Hs de hoje, dia 07/04/2015, a saber:






Cordiais saudações,

Engº Airton Freitas Feitosa

Gerente Regional de Operação Oeste

Companhia Hidro Elétrica do São Francisco

Telefones: 752 2715 - (86) 3087 2715 - (86) 9982 2992

airtonff@chesf.gov.br







terça-feira, 7 de abril de 2015

BELLUZO: PUNIR COM ÓDIO E NA MARRA É TÃO GRAVE QUANTO NÃO PUNIR.



Luiz Gonzaga Belluzzo, economista e advogado. Foto capturada na Internet.

Um esclarecimento sobre a conduta de alguns agentes da lei que muitos acreditam ser o caminho para levar o país à noção diluviana que prega o seguinte argumento: "Depois disto ou daquilo, nada será como antes". O ponto de vista que se segue é respaldado numa das melhores análises que já li sobre o assunto. 

Concorde ou não com as proposições do autor, mas há de se perguntar: "Será que é seguindo esse caminho que todos desejarão serem julgados com os mesmo princípios, métodos e finalidades postos pelos agentes nessa 'operação'?".

A ver.

Boa leitura.


"A PROPOSTA DE MORO

A punição com desrespeito à lei e às instâncias de recurso garantidoras da presunção de inocência é tão grave quanto a impunidade

Por Luiz Gonzaga Belluzzo — publicado 05/04/2015

Em artigo publicado nos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo, o magistrado da moda, Sergio Moro, e o presidente da Associação de Juízes Federais defenderam a necessidade de mandar às enxovias os réus condenados em primeira instância. É o mais recente episódio da novela “A Derrocada das Instituições”.

Não é de hoje que fenece o desassombro dos intérpretes da lei, acovardados diante da ferocidade dos homens-massa que pretendem resolver os conflitos com o exercício puro e simples das próprias razões. Nas complexas sociedades modernas, a punição executada ao arrepio da lei e com desrespeito às incontornáveis instâncias de recurso garantidoras da presunção de inocência é tão grave e devastadora quanto a impunidade.

Nada pode ser mais trágico para uma sociedade enredada na malha das relações mercantis e da diversidade de interesses do que a invasão da vingança particularista na prestação da justiça. No Brasil, essa forma deformada da aplicação da norma abstrata e impessoal denuncia a capitulação dos órgãos encarregados de vigiar e punir aos ditames da sociedade-espetáculo. Os brasileiros de todas as classes assistem – uns embevecidos, outros atônitos – ao espetáculo da Justiça ou às façanhas da Justiça-Espetáculo.

O protagonismo judiciário em exibição nos palcos brasileiros desmente a tese de Michel Foucault exposta no livro Vigiar e Punir. Ao examinar a execução das penas entre os fins do século XVIII e os inícios do século XIX, Foucault desvenda a passagem do suplício público para “um jogo de dores mais sutis, mais despojado de seu fausto visível”. Em poucas décadas, diz Foucault, “desapareceu o corpo supliciado, esquartejado, amputado, simbolicamente marcado no rosto ou nos ombros, exposto vivo ou morto, apresentado como espetáculo. Desapareceu o corpo como alvo principal da repressão penal... A sombria festa punitiva começa a extinguir-se”.

A contaminação do aparelho judiciário tem avançado sem qualquer reação dos que percebem o fenômeno e o abominam, mas que preferem se recolher diante da contundência e da ousadia dos que buscam substituir a “disciplina” prisional pelos festivais de exibição midiática, encenados em um ambiente social entregue às farândolas do Pouco Pão e Muito Circo

Não há limites à ação pessoal e atrabiliária de autoridades atraídas pelos frêmitos e cintilações da “sociedade do espetáculo”, o brilhareco de 15 minutos de fama. São exemplos impecáveis de como os deveres republicanos se dissolvem diante dos esgares incontroláveis da subserviência ao exibicionismo das telas e das manchetes, coadjuvada pelo corporativismo mais escancarado.

As relações promíscuas entre as autoridades judiciais e a mídia colocam os cidadãos brasileiros diante da pior das incertezas: a absoluta imprecisão dos limites da legalidade. As garantias da publicidade do procedimento legal são, na verdade, uma defesa do cidadão acusado – e ainda inocente – contra os arcanos do poder, sobretudo das predações do poder não eleito. Pois essas conquistas da modernidade, das quais não se pode abrir mão, vêm sendo pisoteadas por quem deveria defendê-las. Ocultam à sociedade, em cujo nome dizem agir, a dedicação com que laboram para tecer a corda em que enforcarão as garantias individuais. É comum e corriqueira entre nós a transformação das prerrogativas funcionais em privilégios individuais e pessoais.

É a velha arrogância oligárquica nutrida por uma certeza: são todos da mesma turma, aquela que manda e desmanda. Há um trânsito contínuo de pessoas e de influência entre as esferas do poder: o big business, a grande política, as burocracias públicas e as corporações do mass media; e, muito mais que isso, há a formação de uma cultura comum.

Ao concluir, recordo, mais uma vez, as palavras de um magistrado de outros tempos proferidas em seu discurso de aposentadoria. “Preferi a tranquilidade do silêncio ao ruído das propagandas falazes; não suportei afetações; as cortesias rasteiras, sinuosas e insinuantes, jamais encontraram agasalho em mim; em lugar algum pretendi subjugar, mas ninguém me viu acorrentado a submissões; dentro de uma humildade que ganhei no berço, abominei a egomania e a idolatria; não me convenceram as aparências, e para as minhas convicções busquei sempre os escaninhos. Particularizando, no exercício das minhas funções de magistrado diuturnamente, dei o máximo dos meus esforços para bem desempenhá-las e, ainda que em meio de uma atmosfera serena e compreensiva, em nenhum momento transigi com a nobreza do cargo; escapei de juízos temerários, tomando cautelas para desembaraçar-me das influências e preferências determinantes de uma decisão; e, se alguma vez, inadvertidamente, pequei contra a lei, vai-me a certeza de que o fiz para distribuir bondade e benevolência.”"

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