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sexta-feira, 28 de junho de 2013

SEXTA DE GRAÇA E BELEZA: I SARART DO ESPAÇO CULTURAL CHRISTINO CASTRO.



Chico Mário foi o apresentador do evento. Além, é claro, de poeta, músico e cantor (professor mestre em Biologia) que se apresentou de forma encantadora.


As pessoas que assistiram às apresentações ansiosamente e a quem somos gratos. 


O Secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Maurício Miranda, em primeiro plano, à esquerda. 


Uma das melhores duplas de incentivadores e produtores de eventos culturais em nossa cidade, Jon Milson e Sueli Reis.  


Prefeito Gilberto Junior, ao centro, assistindo às apresentações. 


O poeta Simeão, do  Alto da Cruz. 


A poetisa Emília Cavalcante. Poesias cheias de graça e encantamento.


Francisco Poeta.


Rosenilta Attem, lirismo e lembranças agradáveis expressas de forma cativante.


Eu “fingindo sentir a dor que sinto”. 


Os poetas Francisco vieira dos Santos e Benedito Atchá. (esquerda / direita)


Grupo de dança As Pastorinhas. Apresentação sensacional, alegria e pura expressão de vontade de viver. 


Grupo Khadija que apresentou uma dança expressando a cultura árabe, comandado pelo professor Denis.


José Paraguassú, músico, cantor e poeta. Um incentivador da cultura de Floriano e do Piauí.


A cantora Silvaneide e o prefeito Gilberto Junior que entregou a ela uma placa em homenagem ao músico “Cassimiro”. Gilberto Junior ressaltou as qualidades do músico homenageado e a saudade que sente dele. 



Eu penso que com a arte podemos ir além do que podemos imaginar quando partimos para avaliar a sua contribuição no campo da graciosidade e beleza, elementos agregados à vida e trazidos pela arte, e no que isso pode tornar a nossa vida um pouco melhor de ser vivida.

Viver é bom. Viver uma vida que se quer viver é melhor ainda. Mas para isto é necessário que busquemos torná-la melhor usando para isso os instrumentos que todo ser humano minimamente satisfeito com o fato de estar vivo pode utilizar.

Um desses instrumentos mais essenciais é a inteligência. A arte se expressa adequadamente através dela. A criatividade e a expressão dessa criatividade que busca fazer do viver algo melhor então são capazes de trazer graça e beleza à vida.

Alguém poderia objetar que nem toda forma de arte ou expressão artística pode trazer algo de bom que possa ser agregado à vida. É claro. Mas eu rebateria dizendo que a culpa elementar dessa abordagem é a classificação de muita coisa como sendo expressão artística quando na verdade é expressão pura e simples de violência e feiura como meio de atravancar a vida e não de elevá-la.

Por outro lado tem os que não acreditam no valor e na força da arte e por isso a desvalorizam, ou porque não entendem que a vida pode ter graça e beleza e isso pode nos levar a vivê-la de forma mais engrandecida, ou porque nunca foram ensinados a  desenvolver ativamente qualquer forma de expressão de graça e beleza através de alguma forma de arte.

Estes últimos nunca vão entender porque nunca sentiram o quanto é bom expressar os sentimentos, percepções, instintos, sonhos, vontades... através da arte. Eles nunca participaram da arte, por isso nunca vão entender para que ela serve. E assim vivem uma vida, um mundo cheio de burocracias moralistas e sem graça nenhuma. Na verdade passam pelo mundo como simples espectadores boçais e sonolentos.

São do tipo que diz que a expressão artística é coisa de drogado. São expoentes da burrice maldosa que lutam para que nosso mundo seja violento e feio. São do tipo que defende o autoritarismo político como forma de reprimir os desejos do povo. São do tipo que não vê o mundo lutando contra a violência e vem a público defender gente violenta e cruel. São do tipo que enxergam na ditadura política o meio de realizar seus anseios e desejos íntimos de violência. São os pobres homens. Se é que podemos chamá-los de homens.
         
Mas não vou aqui tratar de violência e de feiura. Quero destacar as nossas expressões artísticas.

No último sábado, 21.06.2013., aconteceu o I SARART do Espaço Cultural Christino Castro. Foi uma festa da arte. Foi um evento cheio de graça e beleza.

Foi um evento em homenagem ao músico “Cassimiro” que faleceu há poucos meses e foi, e continua sendo, uma das maiores expressões artísticas de Floriano.

Participaram poetas, músicos, artistas plásticos, cantores e dançarinos.

As apresentações ocorreram num ambiente aconchegante, posto que as pessoas que lá foram estavam entusiasmadas com a realização do evento porque sabem o valor que devemos atribuir às manifestações culturais e artísticas.

O prefeito de Floriano, Gilberto Junior, foi um dos convidados que mais surpreendeu o público. Além de participar ativamente da realização através de patrocínios com a prefeitura e secretarias, se apresentou ao violão e voz, e como ele disse, para distração pessoal e dos amigos, deu uma demonstração de como os eventos artísticos serão valorizados em sua gestão.

Floriano estava necessitando de um prefeito que percebesse que a vida dos cidadãos pode ser digna também quando se contempla a realização de todas as dimensões da existência e que também sejam incentivadas e concretizadas através de eventos como o SARART. Não basta apenas administrar burocraticamente a realização de obras físicas.

Gilberto Junior está entusiasmado e já falou, no evento, que outros deverão acontecer em breve.

A partir desse compromisso do prefeito, que veio tornar possíveis os planos dos artistas e incentivadores José Paraguassú, Jon Milson, Laurijane de Miranda, Chico Mário Feitosa e outros, de ir aos bairros de toda a cidade fazer eventos para resgatar os artistas e suas expressões culturais.

Isto é animador. Vamos aguardar.


Não registrei todas as apresentações em virtude da carga da bateria da máquina ter acabado. Mas você pode ter acesso às demais apresentações através da página do Espaço Cultural Christino Castro no Facebook. 


quarta-feira, 26 de junho de 2013

PARA A ELITE, "ISSO JÁ ULTRAPASSOU OS LIMITES". NA VERDADE, É APENAS O COMEÇO.



Para a grande mídia e a elite isso não é mais suportável, “isso já ultrapassou os limites”, como diria editorial de O Globo.



Quando eu disse no Facebook que o cardápio de reivindicações estava muito extenso e que isso levaria as manifestações de junho ao desgaste antes mesmo de chegar ao objetivo, eu quis dizer que as razões que levaram parte da classe média às ruas para lutar por melhorias em sua qualidade de vida terminaria por incluir reivindicações que bateriam de frente com os interesses da classe que domina este país e aí as manifestações entrariam num campo onde não devem tocar.

A grande mídia, a quem chamo de Partido da Mídia Brasileira (PMB) – Globo, Veja, Folha, Estadão, Band, SBT - que controla e monopoliza as opiniões e as verbas publicitárias do país, especialmente as Organizações Globo que detém cerca de 60% destes dois itens, só daria abrigo, vez e voz aos manifestantes até que nesse cardápio não contivesse protestos contra os interesses, valores e objetivos da classe a que o PMB pertence.

Bastou os manifestantes empunharem novos cartazes nas últimas manifestações reivindicando reforma agrária, reforma urbana, justiça social e fim das desigualdades econômicas, fim do capitalismo para que o PMB dissesse basta. Já estão ultrapassando os limites. Já deu. Leia um comentário sobre o editorial do jornal O Globo mostrando isso clicando AQUI.

O PMB já tinha chegado ao seu objetivo que era, através do legítimo e democrático direito do povo de lutar para que suas necessidades, interesses e objetivos fossem garantidos por meio das manifestações, desgastar a imagem do governo federal a quem o PMB faz ininterrupta oposição. Quando as manifestações tinham esse cenário “controlado” pelo PMB o povo foi incitado a ir às ruas e lutar
.
Nesse cenário não havia bandeiras que diziam respeito ao PMB. O PMB não dá ponto sem nó. A classe social que o PMB representa não utiliza transportes coletivos urbanos, não utiliza hospitais públicos, escolas públicas, moradias populares, nada disso lhe diz respeito. Então, por que o PMB estava dando vez e voz às manifestações?

Certamente para garantir um princípio basilar do tipo de democracia criado pelos que compõe essa classe social, ou seja, a democracia burguesa. E também para fazer o que faz diariamente: oposição ao governo federal.

Liberdade individual, propriedade privada, livre comércio, acúmulo de riqueza, estado mínimo são valores caros a esta classe social. E quando o povo quis usar do princípio da liberdade de se manifestar o PMB não poderia negar-lhe. Não poderia e não pode dizer que vale primacialmente para ela (elite).

Entra aí uma das características do jogo ideológico: a generalização. Os princípios que interessam à elite são colocados através do PMB para o povo como se fossem do interesse dele também. Isto é feito de tal forma insistente que o povo termina aceitando e defendendo como se dissesse respeito a ele também.

Mas voltemos às manifestações.

Não interessa ao PMB defender bandeiras contrárias a si mesmo, e por isso já está desestimulando a continuidade das manifestações focalizando exponencialmente os atos de vandalismo e violência. Além, é claro, de estar, com isso, defendendo o direito à propriedade privada, um de seus princípios basilares. Não se fala mais em “maioria pacífica e apartidária”. O discurso está mudando aos poucos.

Quando os manifestantes começaram a falar de reformas estruturais, as citadas acima, o interesse do PMB pelas manifestações arrefeceu. A Rede Globo na última quinta-feira, 20.06.2013., transmitiu 4 horas sem interrupções as manifestações pelo país em horário nobre.

Isto nunca acontece. Para manter a programação do horário nobre ela marca os jogos para as dez da noite. Hoje, a cobertura das manifestações não passa de alguns poucos minutos, e aborda principalmente os atos de violência, vandalismo e roubos.

Mas não dá para divulgar no meio de uma massa que não foi politicamente bem educada as bandeiras da justiça social e do fim das desigualdades econômicas. Se essas duas bandeiras forem empunhadas prioritariamente pelos manifestantes o PMB estará em risco como membro da elite, e a própria elite inclusive.

É que as massas têm o poder de fazer pelo voto uma reforma estruturante. Quando a presidente Dilma sugeriu na segunda-feira, 24.06.2013., a realização de um plebiscito para discutir a reforma política. A Globo e o PSDB são contra hoje, mas já defenderam o mesmo instrumento no passado (clique AQUI). Isto daria ao povo o direito de decidir sobre o que a Globo e o PSDB querem restringir ao máximo a participação popular para resguardar seus direitos elitistas.

Fazer reforma agrária é dividir terras produtivas. Os senhores feudais do capitalismo não querem ouvir falar disso. Quanto mais concentrada a terra produtiva mais riqueza acumulada e concentrada haverá.

Reforma urbana? Dividir os espaços sem uso da cidade para dar oportunidade ao povo de ter moradia minimamente digna e próxima ao local de trabalho? O PMB responde: que vá morar na mais longínqua periferia (aquilo que fica no entorno, ao redor do centro) só desse jeito os empresários de empresa de ônibus coletivos urbanos poderão acumular e concentrar a riqueza.

Justiça social? Que bandeira mais sem sentido. Diria o PMB. Pois os trabalhadores devem morar bem longe dos donos da cidade, lá na periferia. Quem já viu fazer sentido, todas as pessoas serem tratadas como iguais nas instituições políticas, econômicas, judiciais, culturais? As pessoas são diferentes e, por isso, devem ter tratamento diferente em tudo, diria de novo o PMB. Pois somos uma sociedade de poucos privilegiados.

Luiz Felipe Pondé, filósofo da elite brasileira, disse em tom de chacota no programa “De Frente com Gabi” que não tolerava ter de viajar de avião nos dias de hoje porque os aeroportos estavam lotados de pessoas da classe média e trabalhadora com seus hábitos e costumes esquisitos e mal educados e que temia que alguém lhe pisasse o sapato.

Para que justiça social? É cada um na sua. Povo na rodoviária e a elite no aeroporto. Povo na escola pública bem afastada e a elite nas melhores escolas privadas no centro. Povo nos longínquos conjuntos habitacionais e a elite nas suas casas espetaculares e bem protegidas no centro da cidade. É assim que pensa o PMB.

Fim das desigualdades econômicas? O que o povo tá querendo com essa bandeira nas manifestações? Igualdade econômica significa o fim do capitalismo. Se pobre tivesse muito dinheiro quem iria ser trabalhador para produzir, acumular e concentrar a riqueza para a elite? Quem iria ser explorado?

Não dá certo, diria o PMB. O nosso sistema social e econômico foi criado e desenvolvido para privilegiar os que concentram a riqueza. Não há espaço para todos. Igualdade econômica é um sonho ilusório.

Se todos os 7 bilhões de habitantes de nosso planeta passassem a ter as mesmas condições e nível de consumo e bem-estar dos ricos a terra não teria condições de fornecer matéria prima e alimento para esse contingente. Seria necessário que o planeta fosse sete vezes maior do que é para suportar essa ilusória igualdade. Ah, não é permitido atualmente a cerca de um terço desse contingente se alimentar correta e minimamente.

Quando as pessoas começaram a pôr em pauta essa discussão o interesse pelas manifestações se arrefeceu, pois o PMB não quer saber seriamente de discutir as necessidades urgentes do povo. O que se queria mesmo era fazer proselitismo político pegando carona nos novos desejos e necessidades das classes média e pobre.

Antes as pessoas tinham muito pouca moradia, hospitais, escolas, transportes.

Até 2003, cujo orçamento é de 2002 (FHC), já incluídos os dois governos do PSDB (partido que representa os interesses da elite e do PMB), os investimentos em educação eram de 32 bilhões de reais. A partir de 2004 no governo Lula esse valor foi sendo elevado substancialmente ano após ano até chegar ao valor de 90 bilhões em 2012 no governo Dilma.

Fernando Henrique Cardoso (FHC) governou este país por dois mandatos consecutivos e pôs em prática todo o receituário econômico que o PMB diz que o governo Dilma deveria seguir para levar o país aonde deveria estar. Pois bem, seguindo esse mesmo receituário (neoliberal), já que FHC é um filhote ideológico da elite e seu defensor, o Brasil quebrou três vezes.

Por três vezes FHC foi se ajoelhar perante o FMI para endividar ainda mais o Brasil e tirá-lo da insolvência que ele mesmo causou (clique AQUI). Com Lula e Dilma, e assim já se passaram 10 anos, alguém já ouviu falar de FMI, de crise econômica?

As crises são insistentemente criadas pelo PMB. Já houve a crise midiática dos estádios da copa, a crise sem fundamento de apagão que não haverá, a crise da inflação que, afinal, está dentro da meta, segundo o IBGE. As crises que existem são criadas ideologicamente para desgastar o governo que não reage de forma dura e direta. Fica titubeando e deixando o PMB deitar e rolar.

O país continua seguindo em frente apesar de as grandes economias do mundo estarem em crise econômica profunda desde 2008.

FHC em oito anos construiu 8 escolas técnicas, e por força de lei, pois cada estado deve ter pelo menos uma. Como alguns estados foram divididos e se tornaram dois, então, forçado pela lei, ele teve de construí-las.

Lula e Dilma, de 2003 até 2012, construíram juntos 259. Desde D. Pedro II até FHC foram construídas apenas 140 escolas técnicas federais, ou atualmente Institutos Federais.

Em consequência dessa política educacional, no período de 2003 a 2012 mais de 2 milhões de brasileiros de baixa renda conseguiram chegar à universidade através dos programas de acesso criados pelo governo federal. Muita gente está numa universidade devido às políticas educacionais e econômicas dos governos Lula e Dilma.

Quem valorizou a educação pública, a elite, o PMB ou os dois governos trabalhistas? Eu seria muito injusto e ingrato, dois horríveis defeitos, se não reconhecesse.

Reconhecer não significa ser devedor. Tanto é verdade que as pessoas querem mais, muito mais. A classe trabalhadora passou 500 anos atolada em miséria, morando em condições às vezes desumanas, com salário de 100 dólares (cerca de R$ 220,00) na era FHC, sem escola pública de qualidade suficiente para que 2 milhões de pobres se preparassem para a universidade.

Esse povo quer mais, necessita de mais e foi às ruas manifestar democraticamente esse grito de cobrança. Já deveria ter feito isso há mais tempo.
           
Durante os dois governos do PSDB (FHC) nenhuma universidade nova foi construída. De 2003 até 2012 foram construídas 63. Os pobres que estão nas universidades conseguiram o acesso devido às mudanças nos rumos da aplicação do dinheiro público. Na era FHC o dinheiro público ia quase que completamente para os bancos, ou seja, para a elite.

Uma das principais bandeiras das manifestações pede pelo fim da corrupção. A presidente Dilma propôs que a corrupção fosse tratada como crime hediondo. Com isso ela foi além do grito das ruas e bateu de frente com os interesses do PMB.

A bandeira pelo fim da corrupção não contempla, incompreensivelmente, o apelo pela punição aos corruptores. A palavra corrupção está sempre associada exclusivamente, nos discursos das manifestações, aos agentes públicos (funcionários públicos e políticos). Nunca às pessoas das empresas que são a outra ponta do crime.

Essa bandeira empunhada do jeito que está não é apartidária coisa nenhuma. Tem um partido sim, o partido da falta de conhecimento e compreensão da realidade de forma completa e justa.

Quando uma empresa não entrega o objeto que o cliente comprou, é corrupção. Uma empresa que anuncia um produto por um preço e vende por outro, é corrupção. Uma empresa que entrega um produto com defeito, é corrupção. Uma empresa que sonega impostos, é corrupção.

Uma empresa que emite uma nota fiscal atestando que prestou um serviço a um agente público e coloca um preço muito maior do que o real para que o agente justifique o roubo, é corrupção. Uma empresa que sonega impostos, é corrupção (leia na segunda foto desta postagem como a Globo pode falar de honestidade quando ela é acusada de sonegar impostos: 2,1 dois bilhões e cem milhões de reais).

Quem se prejudica com isso? A sociedade, pois os péssimos serviços e a sonegação a atinge de cheio. Tanto direto quanto indiretamente. Lutar por mais recursos para a educação e a saúde é uma luta indissociada da luta contra a corrupção. O dinheiro sonegado deveria ser investido para solucionar as necessidades reivindicadas.

Quem é contra o endurecimento e a tipificação da corrupção como crime hediondo é porque deseja, pensa ou já pratica atos corruptos, ou porque alguém muito querido se encontra nessa mesma situação. Alguém acredita no fato de que o PMB não tenha ninguém assim sob a sua proteção?

O ex-senador Demóstenes Torres era o símbolo da honestidade e eficiência política e profissional apresentado pelo PMB. Ele era sempre exposto quase que diariamente como o ícone do moralidade midiático. Deu no que deu, né? Jose Serra (PSDB), eterno candidato a presidente, foi denunciado no livro “A privataria tucana” (denúncias documentadas) como um dos líderes do maior caso de corrupção que já houve neste país.

Corrupção ser crime hediondo, aí já foram longe demais. Não é para tanto, diria o PMB.

Outra bandeira ausente nas manifestações e que joga luz sobre a falta de investimento em educação, moradia, saúde, transporte... é a bandeira do monopólio midiático.

De 2000 a 2012 os três últimos governantes, FHC, Lula e Dilma, aplicaram R$ 10.716.883.603,20 (Dez bilhões). Só as Organizações Globo ficaram com 54,7% desse total, ou seja, R$ 5.863.488.865,02 (cinco bilhões). Todos os outros meios de comunicação do país ficam com menos da metade de todo o recurso.

Quantos hospitais, escolas, casas, creches, estradas... dariam para ser construídos com esse dinheiro? Cadê a indignação com esse disparate também? Cadê os pedidos de CPI da Mídia?

Alguém viu algum canal de TV mostrando alguma bandeira com esse pedido? Alguém viu uma bandeira com essa cobrança?

Isso mostra uma coisa, a meu ver. A falta de conhecimento verdadeiro e o mais completo possível da realidade como fundamento essencial para se fazer manifestações livres e democráticas. Pois a meu ver faltou muito de ambos.

A falta de conhecimento limita as opções e as põem restritas às que o PMB deseja. Como aconteceu. Os manifestantes só empunharam para as câmeras as bandeiras que o PMB queria que empunhassem.

A falta de democracia ampla se mostrou quando o cardápio de reivindicações foi estendido até chegar nos confrontos ideológicos apontados acima. Só pode falar daquilo que pode ser falado.

A longa lista de reivindicações é como um texto de internet, não pode ser longo porque as pessoas, em geral, perdem o interesse. Fiz este de propósito para demonstrar.

Por que não buscar fazer fóruns de discussões com especialistas nas principais áreas de interesse dos manifestantes para que as manifestações tivessem credibilidade suficiente para convencer de que tudo não passa de um jogo midiático?

Quantos manifestantes discutiram em assembleias as pautas? Quantos foram orientados com dados exatos por especialistas sobre as principais deficiências? Quantos sabiam exata e verdadeiramente o que estavam reivindicando? Vi faixas que diziam “Queremos ciclovias”, “Queremos ter direitos”.

Bom, deu no que deu. Vamos aguardar as respostas às reivindicações. Se o legislativo, o judiciário e o executivo não se mexerem satisfatoriamente que voltem as manifestações. Mas tomara que, ao voltarem, sejam pontuais e unificadas. Todo o país deve fechar acordo em torno das mais urgentes e inescapáveis.

Se voltarem pautados pelo PMB, como foi agora, servirão apenas como proselitismo político. Se voltarem com o mesmo extenso cardápio perderão a credibilidade. E nesse caso é o próprio PMB que pedirá à polícia para descer o cassetete. Aliás, como ela fez (em editorial a Folha de São Paulo sugeriu vigor na repressão, clique AQUI) no início quando a polícia de São Paulo (do PSDB) reprimiu violentamente as manifestações e causou indignação e revolta o que incendiou o país.

Sou plena e completamente a favor das manifestações. Mas que elas devem ter uma pauta unificada, discutida e centrada nas urgências prementes. Depois de atendidas e resolvidas deve-se reiniciar todo o processo com outras pautas. Democracia é isso. Democracia burguesa não suporta cardápio extenso demais.

Um exemplo que posso citar é a greve unificada dos professores das universidades federais e dos Institutos Federais. Quando fomos às ruas a pauta restrita às necessidades mais urgentes já tinha sido discutida com dados exatos e corretos. Definimos tudo antes e enviamos ao governo. Como não fomos atendidos partimos para a greve. Só assim conseguimos a maior parte dos objetivos.

É a democracia burguesa numa sociedade de poucos privilegiados. É assim. O resto é sonho irreal.  


P. S.: Sobre a postagem anterior recebi um comentário raivoso de um leitor que assume uma postura niilista paralisante. Não gosta de política, não confia em políticos e não tem postura ideológica, enfim, é um desses Zés Ruela para quem nada presta e só ele tem a solução para tudo que afinal não é solução nenhuma. Estou cheio desses energúmenos que não sabem ler, são mal escolarizados e querem tirar onda de aniquiladores do mundo. Não servem para nada, não têm solução para nada.     


As fontes dos dados são: IAP, Secom da presidência, Ibope, Setec e SIAFI / MEC e CEF.

        

quinta-feira, 20 de junho de 2013

“O SONO DA RAZÃO GERA MONSTROS”.



Cartaz que declara a ignorância fundamental de grande parte dos manifestantes. Basta ler no quadro abaixo e a resposta será facilmente respondida a partir do entendimento que o sistema econômico e social restringe pelas suas próprias leis, criadas com esta finalidade, a aplicação dos recursos da nação naquilo que deveria ser importante e urgente, as pessoas mais necessitadas, mas que ficam concentrados nas mãos daqueles que mandam neste país desde a sua fundação, a elite social, econômica e cultural. 



Muitos manifestantes estão juntando algumas reclamações sem nexo entre si e que se põem quase sempre como sendo um libelo a favor de uma classe social e seus interesses, mas não entendem que eles, manifestantes, não fazem parte da classe social para a qual estão carregando tais bandeiras.

É que as elites econômicas, culturais e sociais empurraram as suas bandeiras e seus interesses junto aos problemas a ser reclamados pelo povo que está nas ruas. O povo possui uma pauta extensa a ser reivindicada. Isso é muito bom. Não! Isso é maravilhoso.

Quando uma sociedade fica paralisada diante de sua realidade e diante dos seus problemas está, até sem mesmo querer, chancelando o status quo, ou seja, dizendo que está tudo bem e que tudo deve continuar como está.

Se os governantes estão envolvidos, mergulhados nos problemas e nos erros e deixa a própria população perceber que os problemas e os erros estão atrapalhando a vida dela, então chega a hora de o povo ir às ruas.

Uma sociedade só segue em frente se as pessoas entenderem que devem conhecer a realidade na qual estão situadas, e conhecendo verdadeiramente, lutarem para torná-la melhor. É por isso que as autoridades - presidente, senadores, deputados, prefeitos, vereadores, magistrados... – devem agir pela adequação de suas ações com as reivindicações.

O descompasso leva à insatisfação. Por isso, partindo de onde se encontram no espectro socioeconômico e mesmo não entendendo muito bem essa sua situação, as pessoas sabem que algo deve melhorar. É esse o modo próprio de ser humano. Diante do que existe e sendo um ser dotado da necessidade de continuamente avaliar e reavaliar o que existe (a sua realidade) ele projeta o que deve ser, ou seja, como aquilo o que existe deve ser.

Se as autoridades submersas em problemas e erros esquecem que os cidadãos necessitam continuamente seguir em frente a partir do patamar em que se encontram, então, devem mesmo ser acordadas com gritos e manifestações.

Entre os anos de 2003 e de 2009 cerca de 28 milhões de brasileiros saíram do nível de miséria. Isto significa que políticas públicas fundadas na ideologia que busca resgatar as pessoas em situação de subumanidade e elevá-las a condição menos trágica foram implementadas e eficazmente concretizadas.

Já entre os anos de 2003 e 2011 cerca de 40 milhões de pessoas ascenderam à classe média. Isto significa que esse contingente imenso de brasileiros entrou no mercado consumidor passando a participar de um dos indicadores, em nossa sociedade hedonista, da sensação de melhoria da qualidade de vida através do consumo.

Chegando a esse nível minimamente digno de vida e tendo, agora, saciado as suas necessidades mais elementares o ser humano passa a outro patamar.

O que antes era motivo de preocupação implacável e até de sobrevida deixou de sê-los quando as pessoas ascenderam a um patamar superior possibilitado pelas políticas sociais e econômicas do governo federal, que nos períodos citados foram exercidos por Lula e Dilma, tendo em vista o bem-estar das pessoas.

Quando antes se reivindicava o direito de ter no mínimo três refeições diárias, hoje se manifestam pelo direito de possuir plano de saúde privada. Quando antes se lutava pela regularização dos serviços básicos (água e energia) nas favelas, hoje se manifestam por moradias próprias. E por aí vai.

É salutar, portanto, que as pessoas estejam nas ruas lutando por seus direitos, pela garantia da continuidade da melhoria da qualidade de vida e contra os problemas e erros criados pelos os que estão exercendo o poder no país. Além, é claro, é óbvio, de se manifestarem contra os atos de corrupção e desvios do dinheiro público.

Neste aspecto, o que me chama mais a atenção é certo grau de hipocrisia em muitos manifestantes ao empunharem a bandeira contra a corrupção. Não porque não tenham o direito de empunhá-la, mas o que ponho em dúvida é a credibilidade para tal. Sem citar aqueles que nem mesmo sabem em quem votaram nas mais recentes eleições e isto demonstra o grau de seriedade que tais pessoas atribuem à política que agora querem sanear.

Os políticos corruptos, salafrários, do tipo que sempre denunciei aqui em Floriano, não vieram de Marte ou de outro planeta. Eles são oriundos do seio de nossa sociedade. Eles não estão exercendo o poder por tradição ou hereditariedade, mas por terem sido eleitos através do voto livre de muitos que estão, agora, vendo que na política brasileira existe políticos corruptos.

Mas, em todo o caso, quero manifestar a minha adesão total, completa e irrestrita ao desejo de mudanças nas estruturas sociais externado pelas pessoas por meio de vários atos. Apoio as manifestações contra todos aqueles que ingressaram na política partidária apenas com o objetivo pessoal de enriquecer ilicitamente. Pois estes são a maior causa de todos os problemas e males que existem e afligem as pessoas que estão indo às ruas para lutar por melhores condições de vida.

Eu sempre estou aqui a lutar para que as pessoas prestem atenção no que ocorre ao seu redor. Chamo a atenção para os malfeitos praticados por larápios do dinheiro público. Posiciono-me sempre a favor ou contra tais e quais práticas postas a serviço da sociedade. Não fico calado para pegar carona na coragem dos outros.

Sigo sempre no rumo que avalio que nos levará a um futuro melhor, a uma vida digna.


P. S. 1: Um exemplo de causa empunhada pelo povo que está nas ruas e que na verdade representa o anseio de outra classe social que não sofre, e nunca sofreu, com os desmandos que vêm ocorrendo no Brasil desde a sua instituição como país, que são as bandeiras políticas contra o governo trabalhista que está constitucionalmente exercendo o poder. Empunhar a bandeira de luta contra um governo que vem ao longo do tempo empreendendo esforços para que os indicadores sociais, econômicos e culturais sejam aplicados em favor dos mais necessitados é lutar contra si mesmo. Pois do outro lado está a classe social dominante esperando a oportunidade para voltar ao poder político federal e pôr em práticas as suas bandeiras que não são as mesmas daqueles que estão nas ruas.

P. S. 2: Por que não empunhar a bandeira da democratização da mídia? Os manifestantes viram que todo o desenlace das manifestações se deu a partir do incitamento dos poucos grupos midiáticos que monopolizam a informação no país (Globo, Folha, Estadão...) para a polícia de São Paulo, do governo do PSDB, ser dura e barrar as manifestações (clique e leia AQUI editorial da Folha). Outro aspecto, as pessoas criticam a Rede Globo pelo monopólio da informação, mas não se manifestam contra o exercício do monopólio da mídia. Esse povo só teve voz a partir do momento que as manifestações se tornaram incontroladas. Mas até antes de isso acontecer os manifestantes eram tratados por baderneiros. Quem não lembra o Arnaldo Jabor dizendo no Jornal da Globo que os manifestantes “não valiam R$ 0,20"? Então, cadê a bandeira contra o monopólio da grande mídia?


P. S. 3: Muita gente que está se manifestando contra a corrupção não sabe votar, ou vota sem seriedade. Daí elege políticos corruptos. Essas pessoas estão mostrando grande indignação nas ruas, mas nas urnas se comportam do mesmo jeito daqueles que estão se manifestando contra. Ou seja, vendem seus votos e depois querem cobrar honestidade daquele político que comprou. Pessoas assim não têm credibilidade para lutar contra a corrupção.  



sexta-feira, 14 de junho de 2013

I SARART DO ESPAÇO CULTURAL CHRISTINO CASTRO.




No dia 21.06.2013. acontecerá o I SARART do Espaço Cultural Christino Castro. Será às 19h:30 e contará com a participação de poetas e músicos. O sarau tem o apoio da Fundac, da Prefeitura Municipal de Floriano, da Prodart e outros que juntos possibilitaram a realização do evento.

A organização se deu a partir do envolvimento determinante do Espaço Cultural Christino Castro, da Alberartes e do professor Chico Mário Feitosa.
Serei um dos poetas convidados e participarei com muito orgulho, pois sinto que algo novo já começou a acontecer em nossa cidade também no campo cultural.

A estética é um dos aspectos mais determinantes no processo de humanização. É através da arte que podemos caminhar no rumo de nos tornamos seres melhores. E também é pela arte que podemos suportar a dureza da vida, como sugere Nietzsche.

Com a arte podemos encontrar o belo na vida. O belo envolve e cativa a atenção do homem para outros espaços onde ele pode encontrar caminhos melhores para seguir adiante. Para isso é necessário fazer escolhas.

Nietzsche, Filósofo e Filólogo, disse que a palavra ‘homem’ significa “aquele que avalia” (Citado por D. Saviani). Sendo um ser inserido num contexto e que precisa conhecê-lo para poder viver, então o homem tem de agir e essa ação o leva às escolhas. Para escolher necessita ter liberdade e conhecimento e as escolhas são sempre pautadas em seus valores e objetivos.

Portanto, o homem para viver bem necessita conhecer para poder escolher bem. Escolher para poder viver. O homem, assim, precisa valorizar o local onde encontra-se inserido, o ambiente em que vive, pois dele precisa tirar aquilo que lhe possibilita a vida. Desse modo, ele tem de valorizar a água, a flora, a fauna... e tudo o que torna a sua vida possível. Ressaltando que o próprio viver já é algo valorizado e resulta também dos instintos, instintos de querer viver. E acrescento mais, querer viver bem, melhor.

Ora, se como disse Nietzsche, o homem necessita da arte para viver melhor, ou fazer da vida algo suportável, nada mais claro para ele, ou deveria ser, que precisa valorizar a arte. Desse jeito, escolhendo a música, a pintura, a poesia, o teatro... como formas de arte, reflete o seu nível de informação e formação, ou seja, o quanto ele é um sujeito mais elevado do que aquele que não consegue enxergar alguma serventia na arte e por isso não consegue atribuir-lhe algum valor.

Temos aí, portanto, dois tipos de homem. Aquele que tem a vida como algo importante e entende que deve ser vivida da melhor forma possível e, por isso, é um homem elevado, educado, consciente e valorizador da vida.

E o outro tipo, que é tosco, ignorante, incapaz de entender que pode fazer escolhas melhores para que a vida seja vivida de forma mais edificante, e assim, por ser ignorante pensa a partir de sua certeza ignara e arrogante, pois os ignorantes são audaciosos*, que basta agir de modo “natural”, e não cultural, para que a vida possa valer a pena.

Este segundo tipo de homem é pobre. Pobre de espírito instintivo e cultural. É limitado pela sua obstinação por uma vida sem significado. Se não tem significado não faz sentido valorizá-la. Se não lhe atribui valor não faz as escolhas corretas. Se não escolhe corretamente significa que não se importa que a vida seja dura e dolorida. Se ignora que age sempre escolhendo a pior opção conclui-se que a arte, para ele, não tem valor.
      
Se há dentro do homem o instinto que luta pela autopreservação como instinto que luta pela vida e se a arte possibilita ao homem permanecer vivendo, então ele tem de valorizar a arte como meio para a existência. Ou no mínimo, viver melhor.

Os homens bem escolarizados e inteligentes sabem disso e tratam a vida como um bem valioso. Como algo que deve ser melhorado sempre. Por isso suas ações refletem seus valores, princípios, sua moral, enfim. Os mal escolarizados fazem da vida um fardo a ser carregado apesar da vontade instintiva de viver**. Empobrecem o ato de viver e valorizar.

A participação do atual prefeito de Floriano, Gilberto Junior, tanto através do apoio institucional e da presença no SARART, torna o evento um palco de demonstração de valorização da arte e da vida.

E a nossa cidade está carente dessa valorização visto que o ex-prefeito, um autêntico pobre homem, destruiu, em oito anos de arrogância ignara, as principais manifestações culturais do nosso povo. Esse povo que tanto valoriza a vida e declara isso através de seu encanto pela arte. Mas que o ex-prefeito, o mais incompetente que Floriano já teve, fez questão de não permitir que o povo florianense expressasse o seu amor pela vida através de suas manifestações artísticas.

Porém a sua infeliz passagem pelo poder está registrada onde ele fez questão, consequência do seu desprezo pela arte, de ter um lugar de honra, na lata de lixo da história.

Mas agora voltaremos a expressar o desejo de viver melhor por meio da arte, da música, da poesia, do teatro, das quadrilhas juninas, dos saraus, das oficinas de pinturas, dos reisados, do carnaval... Mesmo que o pobre homem olhe para tudo isso e não consiga entender porque as pessoas se sentem felizes assim.

Chora pobre homem, chora.


* Como já disse o ex-senador Mão Santa que “a ignorância é audaciosa”.

** O sentido aqui circunscreve à noção de Spinoza como sendo um princípio de autopreservação e aprimoramento.



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