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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

DOIS EM UM.

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Desejo a todos os leitores e amigos do meu Blogue um ano novo DEZ. Desejo também saúde para que todos possam se esforçar mais ainda e atingir os objetivos deste novo ano. Festejem a tudo que vale a pena e suspirem pelo que virá. Um abração laico e até 2010.
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Alguns dizem que mudo as minhas definições dos atos políticos que ocorrem em Floriano. É um erro, um erro resultante do modo de pensar e dizer os fatos. O pensamento de base metafísica diz que existe uma realidade apartada da linguagem e por isso ela (realidade) seria fixa, imutável, independente da descrição que possamos fazer dela. É o pensamento metafísico.
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Esse pensamento estrutura uma forma de ver os fatos que, na nossa relação com eles (fatos), só poderia ser explicado com base em causas inalteráveis. E, assim, o tempo passaria e as coisas continuariam a ser explicadas da mesma forma indefinidamente. Que implicações práticas desejam aqueles que sustentam essa interpretação? Depois de ponderar a partir das possíveis implicações consideram apenas o valor das consequências e as probabilidades altas de lhes trazerem benefícios individuais, particulares.
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O argumento usado contra mim – que nenhum tem coragem de escrever, mas que vivem dizendo alhures – não é para apoiar o que vou dizer, mas para induzir as pessoas a equívocos. Esses criticastros associam à incoerência, e com isso desejam a invalidação daquilo que digo, as redescrições que faço (grosso modo) dos fatos e das conjecturas políticas.
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Há coisas que podem ser descritas e não podem ser redescritas. E há coisas que podem ser descritas e podem ser redescritas. Exemplo: todo corpo que possui massa é atraído gravitacionalmente para o centro da Terra. Passe o tempo que passar essa descrição do fenômeno será sempre assim.
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Quando a água é aquecida pela radiação solar evapora, a certa altura ela se condensa e depois se precipita, diz-se, então, que chove. Até aí, muito sucintamente, estamos no campo do que não cabe uma redescrição. Mas quando se descreve as péssimas condições em que se encontra a cidade e suas ruas, pelo fato de ter chovido muito, aí sim, já estamos no campo do que pode ser redescrito.
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Não são as chuvas que criam as péssimas condições das ruas com mato, com lixo, com buracos..., mas tão somente o descaso administrativo substanciado pela incompetência. E é aí que entro com minhas redescrições que os criticastros chamam de definições – nada contra a palavra definições. As descrições para o descaso substanciado pela incompetência, já foram feitas a partir da culpa de Deus, das chuvas, da crise financeira mundial, e, por último, pela idade dos calçamentos. E eu é que sou frívolo.
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As redescrições surgem, também, quando as descrições não dão mais conta de explicar o fato. Isto é uma coisa que como nas teorias científicas que não sendo mais suficientes àquilo que foram propostas são substituídas por outras que dão conta de forma mais completa, ou correta do fato.
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Mas voltemos aos fatos políticos. Há cerca de trinta anos foi implantado um modelo de administração pautado em princípios que visam à manutenção de certos privilégios para uns poucos: nepotismo, patrimonialismo, compadrio, personalismo... E como se conseguiu a manutenção desse modelo ao longo do tempo? Isto já é de domínio público.
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Semana passada, eu estava na Áudio Vídeo Cidade escolhendo um filme para assistir. Um cidadão me cumprimentou e começou a falar, segundo ele, da vergonha que é a ação judicial do prefeito contra mim. Mas, “deixa para lá”. E ele começou a falar dos motivos que têm levado a cidade a esse estado de coisas. Ele disse que basta um prefeito cooptar 30% dos eleitores através de favores, empregos, facilidades... e manter esses eleitores “fiéis” a ele que não há como perder eleição. Depois, basta torcer, ou promover o surgimento de dois, três candidatos de oposição. Votos divididos, aquele que está no poder, mantendo seus 30%, será reconduzido ao poder.
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Ele continuou dizendo que não adianta fazer nada. Que ninguém vai romper esse “esquema” que vem perpetuando alguns grupos no poder. Enquanto não houver uma política de criação de empregos e fomentação ao emprego e renda através de projetos sérios, os 30% se manterão fiéis àqueles que lhe possibilitarem as condições de fidelidade. Eu penso que se cada um fizer alguma coisa contra esse modelo em breve nos veremos livres dele. Eu faço o que posso redescrevendo o comportamento político para mostrar em que podemos melhorar a vida na cidade para todos.
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Há pessoas que justificam essas ações (as justificativas para o descaso substanciado pela incompetência) dizendo que todos diante de uma oportunidade de exercer o poder agiriam de maneira a formar um “pé-de-meia” (termo do cidadão). “É comum, é normal”. Causa e razão para a ação estariam em campos distintos. Primeiro a pessoa viu a oportunidade. Seus olhos impressionados levariam a informação ao cérebro que o orientaria a agir seguindo o modelo tradicional de formar o “pé-de-meia”.
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Essa justificativa nos leva a uma sequência “natural” da ação a partir de causa separada da razão para praticá-la. Mas há um outro jeito de descrever esse modus operandi: o sujeito viu a oportunidade de exercer o poder. Sabe que pode tirar proveito disso e fazer o seu “pé-de-meia”. Nesta segunda situação coloquei o mesmo exemplo, mas causa e razão estão juntas e significam a mesma coisa. “Mas espera aí, é tudo igual”, pode-se argumentar. Eu penso que não.
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No primeiro exemplo a causa separada da razão tenta justificar a ação através da “naturalização” da ação. O argumento: “Todo mundo age assim”. Desse modo outra pessoa não agiria de maneira diferente. Ela seguiria uma dita “natureza humana” e, assim, faria a mesma coisa. A causa dessa prática não poderia ser mudada. A causa é uma e a razão é outra distinta. Então, “não poderíamos fazer nada”, como me disse o cidadão. Mas há entre os dois exemplos uma diferença marcante. Chego a dizer, radical.
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No segundo exemplo a causa e a razão (estão juntas) são a mesma coisa porque se explica a partir do Ethos (costume) da sociedade. E, assim, a pessoa segue o mesmo modelo em virtude de princípios morais similares. Pois haveria uma tal universalização moral. Causa e razão é a flácida formação moral que leva o indivíduo a utilizar o que é de todos em proveito próprio. No entanto, não há o que determine esse comportamento como sendo inescapável a todo ser humano.
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Na verdade há uma confusão na justificação onde se misturam esses dois modos de ser humano. E a confusão é propositada. Pensar, falar, andar, comer, dormir, são coisas comuns a todos os humanos. Vivam onde viverem. Isto é parte do modo comum e inalterado de ser humano. Compõe aquilo que muitos chamam de “natureza humana”. E a diferença vem do fato que política é uma PRÁTICA humana.
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Sem humanos não há política. Se há política e ela é praticada de um jeito e não de outro é porque a fazem assim e não de outro jeito. Se for corrupta é porque a praticam corruptamente. Se for honesta é porque assim a praticam. Não tem esse negócio de inescapável, não. Então, o primeiro exemplo é forçado em termos de “naturalização”. O segundo está no campo do ethos.
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Os que defendem esse modelo cometem uma ação intencional para justificar os desmandos. Essa intenção vem do fato de alguns indivíduos que desejam fazer o “pé-de-meia” acreditarem que isso é “natural”. Apostam para isso na desinformação ou pactuação dos 30% ou mais de eleitores. Esses 30% ou são desinformados, ou pactuam com os desejos e crenças daqueles que veem a política como meio de fazer o “pé-de-meia”?
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Pensando assim, por causa e razões, e conhecendo (e estando ao lado) as pessoas que podem fazer política como uma prática humana honesta, temos como analisar as consequências de uma e outra maneira de se fazer política. Desse modo causa e razões são motivadores da ação e devem ser vistos como pares da ética e não de uma suposta “natureza humana”, ou de um tal ethos evocado para justificar os projetos individuais, particulares. Mesmo que elas (causa e razão) sejam usadas para justificar as finalidades deles, o que contraria a ética da sociedade, pois ela (ética) é para todos. Caso contrário teríamos uma ética para cada grupo social.
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As descrições que possuem causas que não se alteram não há como redescrevê-las. Mas as descrições cujas causas podem ser modificadas levam consequentemente a redescrições. Fazer política está no campo das causas que levam a redescrições. Portanto, a confusão que querem criar e levar os incautos ao equívoco está em passar uma rasteira na capacidade crítica e inverter as causas dos fatos políticos com aquilo que está no campo da “natureza” para poder fazer o “pé-de-meia”. É aí que querem chegar com as finalidades. Essas são as consequências ponderadas e prováveis dos criticastros.
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É contra tudo isso que luto. E as minhas finalidades se tornam claras a partir do momento que deixo tudo isso exposto para todos. Caso não fosse, que sentido teria a exposição do modelo se eu tivesse apenas interessado em fazer um “pé-de-meia”? Eu ficaria calado só esperando uma oportunidade. Chega disso é hora de os cidadãos de bem reagirem. E quem for contra ao que disse aqui, não tem problema. O porcentual, se quiserem, pode subir para 31%, 32%, 33%...
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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

RAQUEL X EU.

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Pedi a minha amiga RAQUEL para dá uma analisada na minha postagem "Minhas condições religiosas". Além de amiga é Psicóloga, mora e trabalha nos E.U.A. Ela me respondeu por emeio e agora me autorizou a transformá-lo em postagem aqui no Blogue. Acima uma foto dela visitando o Hawaii. A seguir a resposta dela e, embaixo, um comentário meu.
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Dear Jair,
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Fui ao seu blog e li seu texto “Minhas Condições Religiosas”.
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Então, em minha opinião, como já te escrevi outro dia, nem sempre o que é lógico é verdadeiro. Vou te relatar um pouco da minha própria experiência. Outro dia, acho que no mês passado, estava eu a ouvir a “ideologia”, a proposta da Igreja Batista. Menino quem acredita naquilo acredita em qualquer coisa, como Lobo Mau, Papai Noel, Fada Madrinha, etc. Então qualquer um de nós que faz reflexões, que se desnuda e faz auto-crítica não poderá nunca seguir essas instituições religiosas que ai se encontram, mesmo na nossa cabecinha imatura da infância nos parece que as coisas não são bem assim.
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Não subestimo a importância das vivencias da infância na formação de sintomas da vida adulta. Mas não gosto de superestimá-las, como tem feito algumas das correntes mais importantes da psicologia contemporânea. A importância da infância na formação de nossas estruturas psíquicas é obvia. O que não concordo é com a forma dedutiva de como muitos raciocinam sobre o tema. Como por exemplo, um homem muito carente que busca qualquer tipo de vínculo afetivo se descobre que esse homem não teve mãe e ”Boom“! É “lógico” que ele não teve amor suficiente na infância. Correlaciona-se os dois fatos como “lógico” e assim verdadeiro. Pode ser “lógico”, mas como disse antes nem tudo que é lógico é verdadeiro. Não desprezo a possibilidade de certas experiências dolorosas terem forte influência sobre a formação da personalidade de alguns. Isso em virtude de terem sido expostas as dores muito graves ou por terem um espírito muito delicado como os que se tornam tímidos ou gagos em virtude das agressividades dos pais, ou pessoas que se tornam obsessivas por não terem tido espaço para expressar suas raivas e etc. Penso não ser correto generalizarmos esse tipo de reflexão só porque nos parece “lógico”.
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Voltando a minha própria experiência, quando cursava o ginasial, que depois virou primeiro grau maior e hoje não sei como se chama, mas com certeza você sabe, eu não era batizada e estudava em colégio de freiras. Meu pai ateu, minha madrasta aquela católica não-praticante, pois bem, claro que as freiras cobravam isso quase que diariamente para que eu me batizasse e coisa e tal, me informaram certa vez que após o batismo eu ficaria sem pecado algum, e eu disse: “Eita Irmã, então vou pecar bem muito antes disso”. Claro que tive um castigo por essa afirmação. As colegas me viam como “doidinha” e isso não me afetou muito, mas tive as minhas punições e fui excluída algumas vezes de certas coisas na escola por esse fato. Anos depois quando minha irmã mais velha, Ruth, casou-se com um francês de família católica foi preciso ter o tal batistério. Meu pai aproveitou e mandou batizar a todos, caso alguém futuramente fosse casar na Igreja Católica. Eu até hoje não tenho ideia onde se encontra meu batistério, pois fomos todos batizados em casa, estava eu com 14 para 15 anos de idade. Resumindo, no meu caso teve importância quase zero em minha vida, não chega a zero por eu achar os fatos relacionados a ser pagã na época tolos, e hoje mais ainda.
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Penso eu que, se o que ocorreu com você não tivesse ocorrido, você hoje teria as mesmas opiniões em relação a Deus, Igrejas, Religiões, Cultos, Seitas, etc. É difícil pensar diferente, ser diferente, saber diferente. É difícil ser maduro, é difícil quando passamos parte de nosso tempo refletindo sobre as coisas, nós mesmo, os outros, e assim vai, e sermos aceitos. É um preço que pagamos por questionar e por querer saber. Tudo tem um preço, as pessoas nos olham diferente pelo o fato de sermos diferentes mesmo. Doloroso algumas vezes, mas penso que vale a pena.
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Bom, meu querido amigo, espero ter respondido. Vou agora para os braços de Morfeu. Amanhã cedo o dever me chamará.
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Bjsss
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RAQUEL ARAUJO, Dip LC.
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Querida RAQUEL.
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Eu não quis fazer uma descrição mecânica entre causa e efeito. Até porque não sou afeito a esse tipo de raciocínio. Mas você está certa em apontar, na sua descrição, o meu erro. Da forma como escrevi, o que se entende é isso mesmo que você disse, portanto não me expressei adequadamente.
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O que quis dizer, e agora vou tentar de um modo menos obscuro (ou dedutivo-mecânico), é que vivendo num ambiente onde a coerção religiosa é perversa e próxima do inescapável a gente quase não consegue se desvencilhar de também ser religioso. Ainda bem que nascemos no século XX e vivemos num tempo em que cada vez mais pessoas tem tido a liberdade de não serem religiosas.
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Mas pelo seu e o meu exemplos percebemos claramente a imposição da religião e seus preceitos éticos como condição para a socialização ainda permeando algumas mentes tardiamente medievais. Desse modo eu quis dizer não que houve uma relação mecânica da atitude da professora com a minha escolha pelo agnosticismo. Mas certamente aquilo, de alguma forma, me incitou a caminhar noutra direção que não a da religião. Mesmo que de forma inconsciente. Ou não propositada.
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Como eu disse no texto, aquela relação de imposição soberba que deseja uma submissão cega não me causou boa impressão da religião. Aliás, nunca gostei desse tipo de relação. Abri mão de servir ao Exército exatamente por isso. Abri mão de muitas outras coisas porque não aceitava a minha sujeição a ditames autoritários. E, em algumas situações, como não pude mudar tudo sozinho terminei deixando-as para trás. Acredito muito mais que ganhei com isso. Aí entra em cena mais um componente dessa complexa questão: não me queira ter como cordeiro, eu nunca serei um. Assim, a questão do autoritarismo desperta em mim rejeição plena, total. Acredito no diálogo para a efetivação da hierarquia, não no autoritarismo. Por isso bato forte nesse assunto.
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Então, aquele episódio, dentre tantos outros, tais como: liberdade para não ser carola, conviver com colegas não-religiosos, descrença nas promessas religiosas, amadurecimento intelectual, leitura diversas..., como disse no texto, foi onde tudo começou. Não houve uma determinação do tipo causa-efeito mecânica, como já disse, mas um primeiro passo, que eu poderia não ter dado se a relação não contivesse aquele elemento repulsivo da imposição autoritária. Mas que tivesse me convencido com argumentos racionais. Não sei ao certo. Talvez, mesmo, a religião seja a papoula vermelha de Morfeu. E certamente isso teria me feito continuar dormindo nos braços dele até hoje. Ainda bem que acordei.
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Enfim, agradeço porque a sua descrição me levou a esta redescrição do fato. Outro dia assistindo a um DVD do GERALDO AZEVEDO (lembra?), ele disse que gosta de parceiros musicais que digam coisas que ele não foi capaz de pensar sozinho. E desse jeito acrescenta alguma coisa na obra musical dele. Algumas pessoas dizem que converso pouco, ou que tenho poucos amigos. É verdade. Mas esses poucos são como você que me espantam com sacadas que me fazem pensar. Outro dia conversei com um amigo (EVERARDO LUZ, professor da UFPI - CAFS - Floriano) que, havia alguns meses não nos víamos, me falou de coisas que compensaram o tempo que passou e por outros tantos meses que possam vir.
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Por isso, querida amiga, gosta de você. Gosto de dialogar com você. E me corrija sempre, eu necessito disso.
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Um ósculo e um abraço laico.
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JAIR.
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Quando eu começar a minha viagem, acompanhado de VIRGÍLIO, pelo Inferno e pelo Purgatório, certamente encontrarei muitos daqueles que julgam a minha posição em relação à religião como sendo coisa do demônio, e outras coisas ridículas mais. Quando lá nos encontrarmos seguirei os conselhos de VIRGÍLIO para que não tenha pena desses coitados. Vou seguir em frente e cada um deles que usa a religião para condenar e excluir os outros estarão enterrados de cabeça para baixo. E lá ficarão porque usaram a "religião do perdão e da amizade" para transformar os diferentes em demônios.
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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

PRIMEIRA ESCOLA GAY DO BRASIL.

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Agora é que o mundo vai pegar fogo, mas um fogo bem gay, claro.
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Campinas terá 1ª escola do Brasil voltada para público gay.
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Por: ROSE MARY DE SOUZA.
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Direto de Campinas - 23.12.2009.
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A primeira escola voltada para o público gay do Brasil será instalada em Campinas, no interior de São Paulo, e deve entrar em operação em janeiro de 2010. A nova Escola Jovem LGTB (Lésbicas, Gays, Transexuais e Bissexuais) oferecerá aulas de Expressão Literária, Expressão Cênica e Expressão Artística, além de um curso para formação de drag queens.
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A grade curricular engloba tópicos artísticos como dança, música, TV, cinema, teatro e criação de revistas. O objetivo da instituição é fazer circular pelo Estado de São Paulo o material produzido pelos alunos - entre eles, CDs, DVDs, livros, revistas, peças de teatro e espetáculos de drag queens.
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A unidade escolar surgiu a partir de um convênio entre a ONG E-Jovem, o governo do Estado de São Paulo e o Ministério da Cultura. Os cursos técnicos são gratuitos e têm duração de três anos.
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As inscrições serão abertas em janeiro, ainda sem data prevista. Serão aceitOs prioritariamente interessados com idade entre 12 a 18 anos. Outras faixas de idade serão aceitas se houverem vagas. As inscrições também estão abertas ao público heterossexual.
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As aulas terão início em março e, a princípio, devem ser criadas três turmas com 20 alunos cada.
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De acordo com Deco Ribeiro, diretor da Escola Jovem LGTB, o contrato de convênio, com validade de três anos, foi assinado no último dia 16 de dezembro. Ainda não há um local definitivo para a sua instalação. "Estamos em uma corrida para acertar tudo até o início das atividades", disse.
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Segundo ele, a unidade em Campinas é a primeira do gênero no Brasil e a segunda na América Latina. Nos Estados Unidos existem várias unidades. Ribeiro disse que a intenção também é a de combater a homofobia e colocar em discussão a temática da população gay que, em geral, não é veiculada em currículos de estabelecimentos de ensino tradicional. "Sabemos que muitos alunos deixam de estudar por puro preconceito." Sendo assim, diz ele, a escola dará um suporte no sentido de auto-aceitação do individuo através de cursos voltados às artes. "Os mais conservadores estão de cabelos em pé, já recebemos muitas mensagens nesse sentido como também muitos incentivos de pessoas querendo lecionar ou serem voluntárias. Acho que vai ser muito bom", completou.
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Os interessados podem entrar em contato com a direção da escola pelo endereço eletrônico
escola@e-jovem.com.
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Fonte da reportagem: Portal Terra.
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sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

MINHAS CONDIÇÕES RELIGIOSAS.

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Quando estudava o equivalente na época – final da década de 70 - ao Ensino Fundamental de hoje no Ginásio Primeiro de Maio (GPM), numa aula de religião, a professora, uma freira que não recordo o nome (e tampouco me importa), tratava de um tema bíblico: o batismo de CRISTO.
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Como eu fazia parte daquela turma de alunos menos interessados em religião e mais nas meninas das outras turmas, não levava aquele negócio de aula de religião a sério. Aliás, nunca levei. Mas começamos a falar sobre quem era e quem não era batizado. Num momento a professora pediu atenção a todos, queria fazer uma pergunta: “Quem não era batizado ali na sala?”
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Me preparei entusiasmado e levantei empolgadamente o braço. Olhei para um lado e para o outro. Olhei para frente e para trás. Ninguém mais além de mim havia levantado o braço. Todo mundo me olhou admirado e gozando de só eu não ser batizado.
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A professora se dirigiu a mim e perguntou por que eu não tinha ainda participado da cerimônia de batismo. Eu disse que não sabia. Ela, então, pediu que eu fosse à diretoria. Perguntei por que, se não havia feito nada de errado. Ela, então, disse: "Você não é batizado. Não pode ficar aqui”. Fui à diretoria e lá me perguntaram logo o que estava fazendo ali de novo. Respondi que a professora de Religião havia me encaminhado pelo motivo de não ser batizado. Pois não é que a Diretora me mandou embora e só voltasse na companhia de minha mãe.
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Chegando em casa minha mãe foi logo perguntando o que havia feito de novo na escola para ter chegado tão cedo. Respondi contando o acontecido antes que ela me desse uma sova (o que era bastante comum). Ela ficou sem saber o que dizer. Mas o certo é que tivemos de ir juntos à escola no outro dia.
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Lá chegando minha mãe explicou que havia decido que um dos irmãos dela, tio ANTÔNIO FREITAS, seria meu padrinho. Só que ele morava no Rio de Janeiro, era militar do Exército (hoje está na reserva e morando em Sergipe), e por viajar constantemente não tinha tido ainda a oportunidade de vir a Floriano para a tal cerimônia. Mas que ele viria o mais breve possível. A Diretora assentiu que eu ficasse lá, mas com uma condição: “Não poderia demorar muito”. Minha mãe concordou com a condição e foi embora. Eu fiquei e fui à sala de aula. A gozação continuou até os colegas esquecerem que eu não era batizado.
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No ano seguinte fui estudar em Fortaleza. Lá, ainda bem, não fizeram essa pergunta porque não tínhamos aula de doutrinamento religioso. E quando me tornei adolescente fui ficando cada vez mais cético. No final das contas eu é que não queria mais ser batizado. De tanta vergonha que senti e da raiva que fiquei pela exposição ridícula que aquela freira me fez passar fui me distanciando ainda mais de religião. E esse distanciamento foi alimentado pelo entendimento que fui adquirindo aos poucos dos propósitos das religiões. Me tornei verdadeiramente um cético. Hoje sou agnóstico.
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O GPM é uma escola particular. Estuda lá quem concorda com as diretrizes culturais, econômicas, socais e religiosas. Mas utilizar a religião como meio de exclusão e ridicularização é uma demonstração de intolerância e soberba. Não é à toa que muitos seguidores têm deixado a Igreja Católica. Alguns membros dela estão muito acostumados ao seu poderio e à sua riqueza e, por isso também, agem com muita displicência e certo descaso com seus seguidores.
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Sobre religião penso parecido com THOMAS JEFFERSON (
17431826) que propôs a privatização das religiões. Cada um que tenha a sua crença deveria fazer seus rituais e suas oferendas no âmbito particular, em sua casa. E ninguém deveria ser obrigado e constrangido a participar de uma religião sem que não queira. “Ser uma pessoa religiosa não deveria ser diferente de um cidadão democrático”, ensina GIANNI VATTIMO (1936).
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Aquela freira com sua atitude obtusa me ensejou ao agnosticismo mesmo sem querer. Hoje sei que esse foi o primeiro passo na direção do meu agnosticismo. Foi aí onde tudo começou.
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Nessa mesma época minha mãe, que teve formação religiosa na Igreja Batista e meu pai na Igreja Católica, só deixava que eu (meu irmão e irmãs) fosse passear nos fins de semana na praça central (local onde quase todo mundo se reunia, se socializava) se eu fosse à missa. Era a minha segunda condição religiosa.
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Para que eu não a enganasse, não assistindo à missa, ela pedia alguns vizinhos que me observassem. Então, depois da missa eu podia me divertir, namorar e encontrar amigos. A religião, sempre a religião como condição para viver.
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Namorei garotas da Igreja Batista. Minha terceira condição era que eu participasse dos cultos. E lá estava eu sentado fazendo todo o ritual religioso para poder namorar aquelas garotas lindas. No final tinha sempre o ritual de levantar o braço aquele que não fazia parte da igreja, mas que estava ali com eles.
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E eu, mais uma vez, tinha de levantar o braço para me mostrar como um estranho. Nesse caso, eu não estava nem aí para religião também, e só pensava em depois dá uns beijos e abraços naquelas meninas lindas. Pelo menos lá eu como não pertencente era visto como alguém que deveria ser incluído. E era saudado por todos numa atitude de boas vindas surpreendente.
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Religião, sempre uma condição para a socialização. A minha utopia é viver num mundo laico em que a socialização não seja condicionada por um argumento metafísico imposto sem diálogo a todos que queiram apenas ser felizes.
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A incoveniência impositiva religiosa se tornou, nos dias atuais, tão séria que alguns intolerantes, inconsequentes, autoritários e sem noção me qualificam com adjetivos que identificam os não crentes como seres bestiais. Foi para isso que esses fundamentalistas frequentaram o catecismo?
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Assim como a freira esses arrogantes sem procedência desejam me excluir da convivência social a partir de argumentos idiotas e irracionais. Prefiro o meu agnosticismo “não-missionário”. Não o imponho a ninguém. Tanto é que as minhas duas filhas acreditam que Deus existe e praticam rituais religiosos.
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Por fim, peço que permitam a um agnóstico desejar boas festas a todos e que brindem àquilo que realmente vale a pena. Um abraço laico.
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P.S.: Era para ter feito esta postagem ontem. Tentei até, mas o Blogger da Blogspot estava impossível de ser acessado. Não tem problema, agora está aí. Divirtam-se. E a foto que ilustra esta postagem verdadeiramente não é de meu batismo (que nunca houve).
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CLASSISTA E PRESENTEADOR.

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Todo mundo já observou que Papai Noel é um ícone classista. Como criação de mentes que voltaram a sua finalidade para despertar o consumo nas pessoas, ele não pode refletir outros valores que não aqueles de quem o criou. Pois é, ele cumpre isso perfeitamente.
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Ele dá presentes caros a crianças ricas e presentes modestíssimos a crianças pobres. Filho de rico ganha o presente que imaginou durante o ano. Crianças pobre nem sonham, mas recebem aquilo que algumas conciências solidárias podem oferecer. Para uns Papai Noel dá aquilo que queriam, para outros aquilo que é possível. Para as crianças pobres bonecas que cantam, bebem, mijam, andam de bicicleta. Para outras dá bonecas feitas de uma peça só de plástico.
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Para enganar os incautos deveriam criar um ícone mais democrático. É claro que por ser um ícone público ele não poderia dizer a todos que seu papel é esse mesmo: ser classista. Mas poderia explicar o por que.
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Campanhas de doação de presentes e outras coisas mais só servem para fortalecer essa divisão nem sempre explícita, e também para amainar consciências que defedem essa divisão. É bom, acalenta a mente no traveseiro e trás um sono tranquilo depois que se fez o desencargo, sem contar com a imagem criada. Mas no outro dia tudo volta a ser como era antes. Para uns uma maravilha, para outros um tormento. Oh, vida. E como tem gente feliz hoje, hein?
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Eu vivo é para perturbar mesmo. Alguns acham ruim, outros ficam só olhando, mas o meu propósito é fazer pensar. Mas como diz a minha professora de Filosofia na UECE, a jornalista política ADÍSIA SÁ, "Pensar dói". Será?
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terça-feira, 22 de dezembro de 2009

SAUDADES DO EMÍDIO NONATO - II.

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Cortejo que levou EMÍDIO ao cemitério. Muita gente demonstrando seu carinho por ele.
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Momento da chegada ao cemitério. Muita emoção nos olhos, nos gestos e na fala dos amigos e parentes. No centro da foto vemos a professora EDMILSA SANTANA, irmã do EMÍDIO.
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Carro do Corpo de Bombeiros de Floriano. Uma justa homenagem a quem deu a sua contribuição para termos uma cidade digna de se viver.

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Muita gente esperando o cortejo chegar. Além daquelas que sairam junto com EMÍDIO de sua residência. Maior demonstração de respeito e solidariedade não foi vista nestes últimos tempos em Floriano.

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Amigos e familiares emocionados com esse momento tão triste, mas que mostra o quanto ele é querido.
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Agradeço ao MARCELO BRANDÃO por ter cedido as fotos desta postagem. Obrigado mesmo.
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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

IFPI - CAMPUS FLORIANO - OBMEP.

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O aluno ANTONIO LUIS DE SOUSA NUNES (esquerda da foto) (Curso: 4ª série de Eletromecânica Integrado ao Médio) recebendo do professor Dr. DARLEY FIÁCRIO DE ARRUDA SANTIAGO, Diretor do IFPI Campus Floriano, outra distinção.
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THALYSSON BRENNO FERRAZ SOUZA (Curso: 4ª série do Técnico de Informática Integrado ao Médio). Ambos foram meus alunos na segunda série na disciplina de Filosofia.
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Alunos do IFPI são premiados na Olimpíada Brasileira de Matemática das escolas públicas
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Trinta e quatro alunos do Instituto Federal do Piauí foram premiados na Olimpíada Brasileira de Matemática das escolas públicas de 2009 – OBMEP. Dois com medalhas de prata, oito com bronze e vinte e nove com menções honrosas. Os alunos premiados na OBMEP 2009 são dos campi Teresina, Parnaíba, Floriano e Picos.
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Os alunos do IFPI apresentam bons resultados desde edições anteriores, como foi o caso do aluno Sérgio Marque dos Santos que atualmente possui uma bolsa de estudos conquistada pelo bom desempenho na olimpíada de 2008.
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A Olimpíada das escolas públicas (OBMEP) é um projeto que vem criando um ambiente estimulante para o estudo da matemática entre alunos e professores de todo o país. É dirigida aos alunos de 5ª à 8ª série (6º ao 9º ano) do Ensino Fundamental e aos alunos do Ensino Médio das escolas públicas municipais, estaduais e federais, que concorrem a prêmios de acordo com a sua classificação nas provas.
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Professores, escolas e secretarias de educação dos alunos participantes também concorrem a prêmios.
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Os alunos participantes da OBMEP são divididos em três níveis, de acordo com o seu grau de escolaridade. O nível 1 é destinado aos alunos matriculados na 5ª ou 6ª série (6º ou 7º ano) do Ensino Fundamental, o nível 2 para alunos matriculados na 7ª ou 8ª série (8º ou 9º ano) do Ensino Fundamental e nível 3 para alunos matriculados em qualquer série do Ensino Médio.
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O IFPI incentiva a participação dos alunos e professores na OBMEP por vários motivos: primeiro, para estimular o gosto pelo estudo da matemática, segundo, para valorizar os talentos da Instituição e terceiro, para estreitar os laços entre Instituição, aluno e as diversas entidades que participam do projeto.
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No Campus Floriano os alunos que se destacaram mais do que os outros são os que estão na relação abaixo, segundo o Diretor de Ensino professor Msc. ODIMÓGENES SOARES LOPES. Palavras do Diretor de Ensino:
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"Foi divulgado no dia 14 de dezembro o resultado da 5ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) e o IFPI/Campus Floriano teve duas Medalhas de Bronze e onze Certificados de Menção Honrosa.
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Desejamos Parabéns aos alunos do Campus Floriano premiados.
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Confira a Lista de Premiados, em ordem alfabética, abaixo:
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MEDALHA DE BRONZE:
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1. Antonio Luis de Sousa Nunes (4ª série do Técnico de Eletromecânica Integrado ao Médio)
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2. Thalysson Brenno Ferraz Souza (4ª série do Técnico de Informática Integrado ao Médio)
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CERTIFICADO DE MENÇÃO HONROSA
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1. Anderson Vinicius Batista
2. Antonio Carlos M de Barros
3. Erico Bezerra de Sena
4. Hilquias Santos de Oliveira
5. Jose Maria de Araujo Netto
6. Leopoldo Assis de Oliveira
7. Marconny Batista Lima
8. Marcos Antonio da S Oliveira
9. Ranniery Franklin Ribeiro
10. Sillas Santos F de Carvalho
11. Walterlins Willames da Silva".
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A GENTE VAI LEVANDO – II.

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Vou fazer uma descrição de um fato sem a pretensão de que ela se torne um modelo, uma definição definitiva, um modo único de se ver o fato. É, portanto, o meu modo de ver o fato. Quando um modelo é estabelecido, seja por qualquer meio – autoritarismo ou consenso – é perigoso. É perigoso porque deixa de fora ou exclui as outras descrições diferentes. E assim encerra-se o diálogo. Nunca achei que tenho o poder autocrático de estabelecer uma descrição, ou definição, ou decisão definitiva. Isso é autoritarismo. E o que desejo é dialogar com os leitores. O que desejo é “pedir e dar razões”.
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Vamos ao fato. Saiu no portal Piauí Notícias que o prefeito de Floriano foi agraciado com um prêmio que o destaca entre os 50 melhores prefeitos do Brasil. Um amigo me pôs a pensar com uma proposição: “Quem deu esse prêmio é um alienígena que observou o que se passa na cidade através de um telescópio primitivo e com lentes embaçadas”. Por quê? Esse prêmio não traduz a nossa realidade. E é muito estranho que não faça isso (traduzir a realidade) porque o seu objetivo seria esse: traduzir a competência do administrador naquilo que é objeto de análise de sua pesquisa.
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Saiu também, no primeiro semestre, no portal Notícias de Floriano que o povo de nossa cidade elegeu o prefeito como o 4º pior prefeito do Piauí, segundo o Instituto Data AZ. E agora quem está de acordo com a realidade da cidade? Quem tem maior propriedade para avaliar o que vem ocorrendo aqui? São os que vivem todos os problemas decorrentes do descaso, ou pessoas que nunca vieram à cidade? Para irmos em busca da resposta mais próxima da verdade basta sairmos de dentro de casa e fazermos a comparação entre as notícias dos portais com a realidade que somos obrigados a viver há cinco anos.
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A minha descrição da administração municipal não é a única que pode ser feita, é a minha descrição. Mas a reportagem do Piauí Notícias fala que o prêmio leva em consideração a "Sustentabilidade Urbana" (esse conceito é muito amplo). Ou seja, as condições ambientais em que vivemos. E essas condições envolvem (ou deveriam envolver) todos os aspectos relativos a esgotamento sanitário, preservação do rio, dos riachos, do tratamento de esgotos, da coleta de lixo, do “aterro sanitário” (lixão), e tudo que necessariamente nos permitiria uma vida saudável e minimamente satisfatória, mas que não temos. Porém os institutos não viram isso?
Vila Leão. Cadê a rua?

Rua Antonino Freire.

Rua Felix Pacheco

Centro da cidade.


Aí deveria ter sido construído o matadouro público da cidade. Quando a Caixa Econômica foi fazer uma vistoria constatou que a construção (acima) estava em total desacordo com o projeto. Por quê não fizeram como o projeto original?
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O prêmio foi oferecido pelo Instituto Ambiental Biosfera e pelo Instituto Brasileiro de Estudos Especializados (IBRAE), diz a reportagem. E segue ressaltando que o resultado foi “tomado por base uma criteriosa pesquisa prévia, envolvendo administrações municipais de todo o país”. A reportagem continua dizendo que o prefeito foi avaliado “pela sua gestão em 2009 promovendo mudanças de ordem econômica, social, ambiental e cultural no município, contribuindo de forma marcante para a melhoria da qualidade de vida de sua população”.
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Quem vive aqui deve estar se perguntando: mas 2009 foi o ano de pior desempenho da atual administração municipal, como essa mesma administração pode receber um prêmio que diz o contrário? Será que nós não estamos vendo tudo o que acontece? Ou o que não acontece? Será que estamos todos loucos? Será que todos os depoimentos do prefeito nos meios de comunicação dizendo que as chuvas, Deus e a crise financeira mundial teriam sido a causa de todos os problemas que enfrentamos neste ano? Será que tudo não existiu? Se existiu não foi levado em consideração na pesquisa? Por quê? O resultado reflete todas as entrevistas do prefeito justificando-se perante a população?
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Sinceramente, não dá para levar a sério um prêmio ao prefeito pela administração quando todos ficaram sabendo pelos meios de comunicação que o Ministério Público pediu a interdição do matadouro em decorrência da péssima, insuportável falta de higiene, no ano passado. E que foi dado um prazo para a construção de um novo matadouro, contudo até agora a carne que grande parte da população consome tem origem temerária das condições em que se realiza o abate dos animais. Isso não tem a ver com “Sustentabilidade Urbana”?
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Então vejamos o absurdo que ocorre na CONSERVAÇÃO das ruas de Floriano. Estão quase que completamente intransitáveis. Mas a propaganda oficial diz agora que não são mais as chuvas, Deus e a crise financeira mundial os culpados pela falta de CONSERVAÇÃO, mas o fato de o calçamento da cidade ser muito antigo. Buracos, buracos e mais buracos. Infindáveis buracos que contradizem a desculpa oficial, porque eles existem tanto nos calçamentos como nas vias que possuem asfalto. Há ruas que não se pode transitar.
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Não vou mais desfiar o cordão das mazelas que inviabilizam a outorga de um prêmio desse porte. Mas basta ressaltar que faz parte do conceito “Sustentabilidade Urbana” o transporte escolar. Crianças sendo transportadas em cima de carros completamente inadequados para esse fim, aliás, como já tomou conhecimento o Ministério Público. E a comissão de vereadores que foi ao antigo aterro sanitário constatar como ele se transformou num lixão nos últimos cinco anos? Disseram que em poucos dias a situação seria resolvida. E até hoje, nada.
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Um amigo florianense que mora numa capital nordestina me perguntou “como nosso povo aguenta toda essa falta de respeito com a coisa pública?” É muito difícil explicar isso a partir de um condicionante apenas. Me estenderia muito falando de tudo que penso agora, aqui. Mas vou recorrer ao CAETANO e CHICO BUARQUE utilizando os versos da música “Vai levando” através de uma paráfrase.
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Mesmo com todo o mato, com toda a lama, com todos os buracos, com toda a fama, a gente vai levando. Mesmo com tantas denúncias, com tantos erros, com poucos acertos, a gente vai levando. Mesmo com tanto autoritarismo, com tanta arrogância, com tanta empáfia, a gente vai levando essa vida. Mas cito o protagonista do romance “O jogador” (1866) do escritor russo FIÓDOR DOSTOIÉVSKI, ALEXEI IVANOVITCH, que acabei de reler em edição da Editora Três, em sua última fala sobre o desânimo por ser um renitente jogador nos cassinos e diante da constatação que não irá viver sem jogar: “Amanhã, amanhã tudo acabará”.
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Como um renitente cidadão inconformado com as mazelas que nossa cidade possui e não desistindo de sonhar com um lugar verdadeiramente digno de morar digo que: “Amanhã, amanhã tudo acabará”. Todas essas mazelas acabarão no dia que elegermos uma pessoa digna para transformar tudo isso.
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P.S.: As fotos são do portal: www.olhandofloriano.com.br
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terça-feira, 15 de dezembro de 2009

A GENTE VAI LEVANDO...

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CAETANO VELOSO e CHICO BUARQUE, autores da música abaixo. Amanhã faço uma postagem sobre a nossa realidade e prêmios.
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VAI LEVANDO
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Caetano Veloso - Chico Buarque/1975
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Mesmo com toda a fama
Com toda a brahma
Com toda a cama
Com toda a lama
A gente vai levando
A gente vai levando
A gente vai levando
A gente vai levando essa chama
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Mesmo com todo o emblema
Todo o problema
Todo o sistema
Toda Ipanema
A gente vai levando
A gente vai levando
A gente vai levando
A gente vai levando essa gema
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Mesmo com o nada feito
Com a sala escura
Com um nó no peito
Com a cara dura
Não tem mais jeito
A gente não tem cura
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Mesmo com o todavia
Com todo dia
Com todo ia
Todo não ia
A gente vai levando
A gente vai levando
Vai levando
Vai levando essa guia
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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

VOCÊ NÃO LEU NA VEJA. VOCÊ NÃO ASSISTIU NA GLOBO.

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ARRUDA e KASSAB conversando. O que mesmo? Não tô ouvindo nada, sô.
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AS RAMIFICAÇÕES DO PANETONE
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Publicado em: 05/12/2009.
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Por: GILBERTO NASCIMENTO, na revista C
arta Capital.
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Qual o poder de contaminação dos escândalos da administração José Roberto Arruda na aliança PSDB-DEM? O tempo e as investigações vão mostrar. Por enquanto, é possível seguir o novelo de Brasília até o governo estadual paulista e a prefeitura da capital.
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A Uni Repro Serviços Tecnológicos Ltda., empresa apontada em gravações como responsável por repasses de dinheiro ao subsecretário de Saúde e presidente do PPS no Distrito Federal, Fernando Antunes, mantém 35 contratos com o governo do estado de São Paulo, no valor total de 38 milhões de reais. Em uma transcrição de conversa gravada em vídeo, a diretora-comercial da empresa, Nerci Bussmra, diz que Antunes teria pedido dinheiro “para o partido dele” e “para ajudar o Freire (o ex-deputado Roberto Freire, presidente nacional do PPS) em São Paulo”. Freire negou envolvimento e disse não ter dado autorização a ninguém para pedir dinheiro em seu nome.
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No governo Serra, a Uni Repro firmou contratos entre 2002 e 2009 para prestação de serviços às secretarias estaduais de Saúde, Educação, Esportes e de Direitos da Pessoa com Deficiência e a órgãos e empresas estatais como o Instituto Florestal, Sabesp, Nossa Caixa (incorporada recentemente ao Banco do Brasil), Companhia do Metropolitano (Metrô), Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Os contratos, ainda em vigor, preveem a locação de máquinas copiadoras analógicas, confecção e fornecimento de impressos e serviços de reprografia, heliografia, plastificação e encadernação, entre outros.
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Na gestão Kassab, a Uni Repro recebeu 48,1 milhões de reais por diversos contratos entre 2006 e 2009. A empresa começou a fornecer serviços de fotocópia à Secretaria de Saúde Municipal e depois foi recontratada por outras secretarias e subprefeituras. Outra empresa citada no esquema do DEM em Brasília, a Call Tecnologia, também presta serviços à Prefeitura de São Paulo e recebeu, de fevereiro de 2006 até novembro deste ano, 58,8 milhões de reais.
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Saíram dos cofres da Prefeitura de São Paulo, no total, 106,9 milhões de reais- para as duas empresas envolvidas no escândalo. Segundo a Secretaria de Saúde, os contratos “foram baseados na Lei de Licitações”. Kassab afirmou ter havido “muita transparência” e disse que a prefeitura “está aberta a colaborar com as ações do Ministério Público”. A CPI do IPTU na Câmara Municipal de São Paulo chegou a investigar a Call Tecnologia por suspeita de fraudes. Na quarta-feira 2, o vereador Antonio Donato (PT) pediu à Câmara Municipal de São Paulo a convocação dos dirigentes da Uni Repro para depor sobre as denúncias. A empresa não se manifestou.
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Outra figura envolvida no escândalo do DF foi alvo de denúncias e investigações em São Paulo: Virginia Wady Debes Pacheco. Segundo ficha cadastral da Junta Comercial de São Paulo emitida em março deste ano, ela é uma das sócias da Uni Repro, ao lado de Carlos Alberto Pacheco. A mesma Virginia aparece, em ficha emitida na terça-feira 1º, como sócia da AMP – Serviços de Diagnóstico por Imagem Ltda., conhecida pelo nome fantasia Amplus. Esta empresa foi denunciada em abril à Procuradoria da República de São Paulo.
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A Amplus foi contratada pela prefeitura paulistana em março de 2006, ainda na gestão de Serra, para oferecer serviços de diagnóstico por imagem, em um período de três anos, no valor de 108 milhões de reais. Dois anos depois, o Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCM) julgou irregulares o pregão, o contrato e o seu aditamento. Determinou, então, a suspensão do acordo.
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A Secretaria Municipal de Saúde demorou oito meses para cumprir a ordem do TCM. A prefeitura definiu novos operadores do serviço no ano passado, a apenas quinze dias do fim do contrato. A Amplus ainda entrou na mira do Ministério Público -do--- Trabalho por causa de fraudes trabalhistas e sonegação de ao menos 1,2 milhão de reais ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), com a utilização de 33 empresas de fachada ou cooperativas de mão de obra irregulares. A InfoEducacional, mais uma empresa citada na Operação Caixa de Pandora, teve contratos com os governos tucanos de São Paulo, entre 2004 e 2006, no total de 12,8 milhões de reais.
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Versão da revista on-line: www.cartacapital.com.br
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DOAR PARA QUÊ? PERGUNTE-SE.

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Doe cidadania. Doe conscientização política. Doe humanidade.
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A EDUCAÇÃO NÃO É UM VALOR
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A classe média carioca vestiu-se de branco e abraçou a Lagoa Rodrigo de Freitas. Era o movimento “eu sou da paz”. Lembram-se? A idéia era dizer “basta à violência”. O que queriam? Convencer os bandidos de pararem? Convencer as autoridades para “fazer algo”? Seja lá qual foi esse objetivo, era algo … “de classe média”. Isto é, tratava-se daquela coisa que oscila entre a leitura de Paulo Coelho e o voto nos conservadores para, depois, reclamar desses mesmos políticos. Isso passou.
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Algo mais permanente, mas com um sentido parecido, é o Criança Esperança. Todo ano, também de branco, o exército da Rede Globo faz uma arrecadação monstruosa de dinheiro. Passado vinte anos, não é possível encontrar ninguém que diga: “eu estudei graças a um programa completo do Criança Esperança”. Não! Parece que o dinheiro é pulverizado em centenas de pequenas iniciativas que pouco ajudam qualquer criança que tenha alguma esperança. Compra-se uma brinquedoteca ali, faz-se um grupinho de dança acolá. Trata-se de um movimento … é, é isso – “de classe média”.
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Nos dois casos, há uma mistura de sobra de tempo livre dos envolvidos com um aparente grau de ingenuidade dos arrebanhados na população. Tudo fica televisivo porque em meio às pessoas comuns mesclam-se artistas globais.
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Agora, com o “boom” do twitter, essa classe média encontrou seu reino. E enquanto é essa classe média que reina ali, até arrastada um pouco por seus filhos pré-adolescentes, vamos assistir a versão twitteira do “abraço da Lagoa” e do “Criança Esperança”. Pelo momento, trata-se da campanha “Doe um livro neste Natal”. A campanha já foi feita outros anos, por diversas iniciativas. No caso, esta que falo é a do twitter. Há quem já não faz outra coisa senão participar da campanha! Podemos achar uma boa iniciativa; todavia, não há como não dizer que é coisa … sim! É coisa “de classe média”.
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Falta ator global? Neste caso falta. Ator global não doa nada! E só participa de campanha quando ele puxa a fila. Ou quando, obrigado pelos patrões, serve lá de palhaço para qualquer coisa. Mas, fora esse detalhe, a questão é que a campanha é sintoma de um comportamento de determinado grupo de brasileiros que pensa ter os pés nó chão, mas não tem. Quase tem, mas não tem. São as pessoas que julgam tudo a partir do próprio mundo, sem considerar estatísticas, planos políticos ou visão teórica do Brasil. Elas possuem enorme boa vontade. Muito tempo livre. Mas … Quando se vai falar disso, essas pessoas se irritam. Claro, estão em uma campanha! Acham muito importante o que estão fazendo, porque há quem vá criticar?
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Todavia, o problema é que o “Doe um livro neste Natal” funciona, em termos de sintoma, como o “abraço da Lagoa” e como o “Criança Esperança”. Na prática, é um esforço, certo gasto de energia, mas que não possui poder nenhum para alterar alguma coisa. Por uma razão simples: o Brasil se tornou um país aquém da generosidade dessas campanhas.
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Vamos admitir, talvez erradamente, que a campanha não seja apenas a vontade de uma classe média, que mais compra livros que lê, de se desfazer de seus entulhos. Ora, se é assim, para quem vão esses livros? Vão para jovens que, em princípio, não teriam dinheiro para comprar livro. Isso, até os anos setenta para oitenta, talvez tivesse uma serventia, mas agora, diante de nossas estatísticas e do que ocorre no chão da escola, é difícil acreditar em algo útil nisso tudo. Vejamos. O INEP anunciou por esses dias que somente 25% dos alfabetizados entendem o que lêem, e isso em caso de pequenos textos. Textos longos, então, nem pensar. Livros? Meu Deus, nesse caso, o índice é ainda menor. Portanto, tudo indica que esses livros vão para o mesmo lugar do dinheiro do Criança Esperança, ou seja, a pulverização.
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A objeção a isso, dos doadores, é que “o primeiro passo” foi dado. Tendo os livros em mãos, os que irão aprendendo a ler, poderão sacar os livros e, ainda que de modo capenga, aqueles que gostam de ler poderão ler. Essa classe média imagina que a leitura seja algo surgido como apareceu para alguns de seus avós ou bisavós analfabetos ou semi-alfabetizados. Sim, pensa-se que hoje, os que não entendem o que lêem, fazem parte de um grupo de pessoas com alguma inserção em um mundo cultural que dê margem para a cultura letrada, e que o que falta a eles é apenas o trânsito de um tipo de dialeto de origem para o português. Mas não! Os que são alfabetizados hoje, e que não lêem, não podem ser comparados com determinados avós e bisavós da classe média twitteira.
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O que se desconhece é que a hora-aula do professor no Brasil, no ensino médio, está em torno de menos de 7 reais. Este é o valor da hora-aula de São Paulo. No Pará, é cinco reais. Ou seja, não está havendo educação nenhuma nas escolas públicas. Não ocorre qualquer educação. Por isso mesmo, não há professores disponíveis com gosto pelo livro. Nossa juventude não lê porque ela só tem a escola pública, e nada mais, para fazê-la ler e dar-lhe o gosto pela leitura. E esta escola pública não existe mais. A classe média faz tempo que colocou seus filhos na escola particular; essa escola nem sempre é boa, mas é existente. A escola pública, a 7 reais a hora-aula, é inexistente. Pode-se colocar qualquer livro na mão dos jovens saídos da escola pública. Ele não abre. Está fora de cogitação que o livro doado possa despertá-lo para alguma coisa. As letras são confusas, a língua é ininteligível e, principalmente, história por história, há muitas nos morros e favelas mais interessantes. O jovem de classe média, no twitter, acha 140 caracteres muito, tanto é que ele enche de KKK e ahuahu para fechar o assunto. O jovem que freqüentou a escola pública, mesmo que tivesse Internet, está com dificuldade imensa em sair do Orkut e ir para o twitter, porque este tem alguns comandinhos em inglês.
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A classe média não quer os livros? Por isso doa? Ela não os leu como diz? Talvez queira, mesmo, só se livrar deles. Afinal, se gostasse tanto de livro, não os doaria – não é verdade? Mas, o pior é que mesmo os que estão querendo, de fato, fazer algo significativo, nem sempre fazem idéia do Brasil para quem os livros seriam destinados. Não há mais o buraco da tomada para que o fio fique conectado. É isso que eles não entendem e, então, quando dizemos que eles fariam melhor se parassem com a esmola e se engajassem em um movimento de pressão política pelo professor, resmungam e se revoltam. Alguns, temendo ver em alertas como este meu sua perda do paraíso, se revoltam não contra os governos, mas contra mim. No fundo, fui eu quem tirou deles o gostinho deles de, nesse Natal, dar uma “esmola culta”, uma “esmola humanista” e, então, no ano próximo, continuar a reclamar do nosso país, dos políticos, da corrupção etc. .
Não há como conquistar essa classe média, twitteira ou não, com artistas globais ou não, a qualquer tipo de movimento em favor da escola pública e do professor. Não! Topam qualquer assunto. Mas, quando chega nesse assunto, eles param. Alguns, inclusive, acreditam que está tudo equacionado ou pelo engodo promovido pela propaganda do MEC do Lula ou pelos rearranjos autoritários propostos pelas secretarias de educação. Neste último caso, São Paulo segue na frente, puxando o que há de pior na política educacional da Federação.
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Sei que falo quase sozinho. Sei que muitos dos que ainda discutem educação, hoje em dia, querem apenas fazer um mestrado e um doutorado, mesmo que seja em Educação, para fugir do ensino fundamental e ir para o ensino superior. Mas, continuo falando sozinho. É mania. Filósofo tem disso!
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PAULO GHIRALDELLI JR.
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11/12/2009.
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Post Scriptum 1
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Para os que não se irritaram com o meu texto acima e não possuem a cabeça fechada, vou sugerir algo: Filosofia e história da educação brasileira. Da editora Manole. É meu. Vai ajudar a vocês a tomarem pé na educação brasileira. Talvez alguns de vocês possa, um dia, fazer uma campanha comigo para melhorar o salário do professor e, aí sim, atrair de novo as melhores cabeças jovens para o magistério e fazer os bons que está ficarem.
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Post Scriptum 2
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Lanço também, neste Natal, o A aventura da filosofia. Também pela Manole. Este é para diminuir a angústia que a leitura do sugerido acima possa causar.
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Post Scriptum 3
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O americano lê 14 livros em média por ano. O brasileiro não completa um livro em média por ano. Os americanos, hoje, são os que mais lêem no mundo. Passaram os franceses e alemães. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos são o único país do mundo, de grande população, que tem conseguido colocar o salário do professor no mesmo patamar de outros salários que necessitam o mesmo tempo de estudo.
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